“Estimado cliente, devido a adequações à nova expressão monetária os nossos serviços eletrónicos estarão interrompidos desde as 20:00 horas de quinta-feira, 30 de setembro de 2021, até às 06:00 horas (locais) de sexta-feira, 01 de outubro”, informou o Banco Plaza na sua página na internet.
Por outro lado, o Banco da Venezuela, empresa estatal, informou os clientes que “as operações interbancárias vão ser processadas na segunda-feira, 04 de outubro”, já no bolívar digital.
O BBVA Banco Provincial, privado, diz que não prestará "serviços" enquanto adapta a plataforma "à nova expressão monetária”, precisando que as novas notas do atual sistema monetário vão continuar em circulação, para facilitar as transações e pagamentos.
O também privado Banco Mercantil afirma, também na sua página na internet, que está a fazer interrupções programadas dos serviços e que a eliminação de seis dígitos da moeda venezuelana tem como finalidade simplificar as transações.
“A nova expressão monetária coloca em circulação uma nova família de moedas (notas de 100, 50, 20, 10 e 5 BsD e a moeda de 1 BsD), entrando em vigor em 01 de Outubro de 2021, e coexistirá com o atual sistema monetário (10 mil, 20 mil, 50 mil, 200 mil, 500 mil e 1 milhão de BsS) até que o Banco Central da Venezuela assim o determine”, explica o Banco Mercantil.
Em 05 de agosto, o Banco Central da Venezuela (BCV) anunciou que a partir do dia 01 de outubro “o Bolívar Digital entrará em vigor, aplicando uma escala monetária que elimina seis zeros à moeda nacional”.
“Ou seja, todos os valores monetários e tudo o que se expressa em moeda nacional vai ser dividido por um milhão (1.000.000)”, explica o BVC em comunicado.
Segundo a instituição, “a introdução do bolívar digital não afeta o valor da moeda, ou seja, o bolívar não terá mais ou menos valor, apenas [mudará] a facilidade de utilização", explica-se ainda no comunicado.
O Banco Central da Venezuela afirmava ainda que “a transformação da moeda nacional [venezuelana] ao formato digital, a sua utilização e popularização através de meios de pagamento eletrónicos”, permitirá “avançar na construção de uma visão moderna da moeda nas transações quotidianas".
“A Venezuela está num processo progressivo de modernização dos seus sistemas de pagamento”, apontou o BCV, acrescentando que, em data recente, começou a funcionar o novo “Sistema de Troca de Mensagens Financeiras”, feito localmente “por venezuelanos, promovendo a independência de sistemas estrangeiros para operações bancárias nacionais na consolidação da utilização efetiva da moeda legal”.
Em 2008, a Venezuela eliminou três zeros ao bolívar e introduziu o bolívar forte (BsF). Em 2018, eliminou cinco zeros à moeda e lançou o atual bolívar soberano (BsS).
Em 2020, a inflação anual na Venezuela, segundo o BCV, foi de 2.959,8%, um valor inferior aos 3.713% apontados pela oposição.