A taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito, de referência, reduziu-se para 3%, enquanto a taxa aplicada às operações principais de refinanciamento recuou para 3,15% e a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez para 3,40%.
A decisão “baseia-se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, segundo o comunicado publicado hoje.
Apesar da restritividade das condições de financiamento estar a diminuir, com as recentes reduções das taxas de juro, o BCE salienta que “as condições de financiamento continuam a ser restritivas, porque a política monetária permanece restritiva e os anteriores aumentos das taxas de juro ainda estão a ser transmitidos ao stock de crédito em dívida”.
Quanto ao caminho futuro, o BCE diz estar “determinado a assegurar que a inflação estabiliza, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2%”, sendo que vai continuar a seguir uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária.
Na conferência de imprensa para explicar a decisão, a presidente do BCE assumiu que “ainda não está a missão cumprida, mas a inflação está no caminho para atingir a meta de 2% no médio prazo”, o que deu confiança para reduzir os juros.
Na discussão, revelou, os membros do conselho chegaram mesmo a discutir um corte de 50 pontos base, mas decidiram que seria de 25 pontos, tendo em conta nomeadamente a evolução dos salários, lucros e produtividade, que “estão num bom caminho”.
“Muito já foi feito, já cortámos juros quatro vezes, num total de 100 pontos base, estamos num ambiente completamente diferente”, destacou ainda.
Questionada sobre a possibilidade de Donald Trump avançar com tarifas mais altas, quando tomar posse enquanto Presidente dos Estados Unidos, Lagarde reiterou que “restrições comerciais e medidas protecionistas não levam a crescimento e têm um impacto incerto na inflação”.
O BCE divulgou também projeções económicas, que apontam para uma inflação de 2,4% em 2024, 2,1% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,1% em 2027. Já para a economia da zona euro, o crescimento foi revisto em baixa para 0,7% em 2024, 1,1% em 2025, 1,4% em 2026 e 1,3% em 2027.
Lusa