“Quando chegarmos ao início de janeiro, quando os empresários começarem a fazer as contas, se calhar vão ficar com o sentimento de que as coisas correram melhor do que estavam a prever”, disse à agência Lusa o presidente da ACIF – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, Jorge Veiga França.
O responsável indicou que a baixa expectativa dos comerciantes decorre dos receios com a guerra na Ucrânia, do fenómeno inflacionista e da posição do Banco Central Europeu sobre as taxas de juro, mas, por outro lado, a economia regional dispõe ainda de uma “almofada de ar” baseada no setor do turismo.
“Estou convencido de que esta época natalícia ainda passa mais ou menos incólume, porque também se espera uma afluência de turistas sem quebras de qualquer tipo”, disse, reforçando: “Na realidade ainda estamos a viver numa almofada de ar e não vai haver um impacto de maior até ao final do ano.”
De acordo com as previsões oficiais, a ocupação hoteleira média em dezembro na região autónoma deverá rondar os 70%, passando para cerca de 100% no período entre o Natal e o Fim do Ano, sendo que o espetáculo de fogo-de-artifício constitui um dos maiores cartazes turísticos da Madeira.
“Quando chegarem a janeiro, muito provavelmente [os empresários] vão achar que a época natalícia não foi tão má assim”, reiterou Jorge Veiga França.
Ainda assim, considerou, a partir do próximo ano a situação “vai piorar”, apesar das tentativas do Banco Central Europeu para “refrear o fenómeno inflacionista”.
“Se as taxas de juro continuarem a aumentar, há o risco de entrarmos numa recessão. Ao entrar em recessão, significa que a economia não cresce […]. Acho que 2023 vai ser um ano mau”, lamentou.