"Este mês de abril dá-nos também uma esperança renovada de que poderemos estar mais perto da saída do ‘túnel’. A recuperação está em andamento", disse João Leão na abertura do debate em plenário do Programa de Estabilidade 2021-2025, que decorre hoje na Assembleia da República.
O ministro reconheceu que o programa ainda está "marcado por um período de incerteza em consequência da crise pandémica", mas acabou por salientar vários indicadores que, na sua visão, representam uma "retoma da atividade económica".
"Hoje mesmo o INE [Instituto Nacional de Estatística] divulgou que o desemprego recuou em março para uma taxa de desemprego de 6,5%, e que o emprego aumentou. As vendas do comércio, em concreto produtos não alimentares, recuperaram para o nível praticamente de há um ano", referiu.
O ministro relevou também que "os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico aumentaram de forma expressiva em março e em abril", e que "as compras de multibanco dos residentes cresceram 14% face ao período pré-pandemia", e "as exportações de bens aumentaram 6% no primeiro trimestre face ao período homólogo".
João Leão salientou igualmente a melhoria ao nível da crise sanitária, com a entrada na segunda fase de vacinação, prevendo-se agora que "a imunidade de grupo possa ser alcançada mais cedo do que o previsto".
"A evolução favorável do número de novos casos dá-nos confiança de que prosseguiremos para a última fase de desconfinamento expectavelmente sem voltarmos a ter de fechar", destacou.
O Governo aprovou em Conselho de Ministros, no dia 15 de abril, o Programa de Estabilidade 2021-25, no qual o executivo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4% este ano, abaixo dos 5,4% anteriormente previstos, e 4,9% em 2022.
Quanto ao desemprego, o Governo prevê que a taxa deste ano fique nos 7,3%, acima dos 6,8% com que terminou 2020, mas abaixo da anterior previsão, de 8,2%.
O défice das contas públicas portuguesas ficará nos 4,5% este ano, a partir de 2022 atingirá o valor de 3,2%, e a partir de 2023 voltará a ficar abaixo dos 3%.
Este ano, a dívida pública deverá ficar nos 128% do PIB, baixando depois para 123% em 2022, para 121% em 2023, para 117% em 2024 e 114% em 2025.