A corrida terá 3.265 quilómetros para testar os ciclistas, entre eles o campeão de 2023 Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike) e o português João Almeida (UAE Emirates), como favoritos à vitória final, mas o entusiasmo nacional prende-se, sobretudo, com o arranque nas estradas portuguesas de uma das corridas mais importantes do mundo.
A ‘saída à portuguesa’ da Vuelta começa desde logo com a apresentação das equipas, hoje no jardim da Torre de Belém, na segunda passagem por Portugal desta corrida, depois de 1997.
No sábado, um contrarrelógio de 12 quilómetros sai do Mosteiro dos Jerónimos a caminho da Praia da Torre, em Oeiras, estabelecendo a primeira liderança da geral da corrida.
A camisola vermelha será depois defendida na primeira etapa em linha, no domingo, com uma ligação de 194 quilómetros entre Cascais e Ourém, com o Alto da Lagoa Azul e o Alto da Batalha no percurso da mais longa tirada da 79.ª edição.
Neste dia, de resto, o pelotão passará pelas Caldas da Rainha, município de onde é originário João Almeida, num acréscimo de motivação para o candidato à vitória final, depois do quarto lugar na Volta a França este ano e do terceiro posto na Volta a Itália de 2023.
A terceira e última tirada em Portugal liga a Lousã a Castelo Branco em 191,5 quilómetros, com destaque para uma contagem de montanha de segunda categoria, no Alto de Teixeira.
De fora ficou a Serra da Estrela, que servirá de ‘postal’ turístico da corrida aquando da passagem pela Covilhã, a caminho do Fundão e da aproximação à meta, num dia que poderá ser disputado por velocistas.
Ao todo, as 21 etapas da Vuelta cobrem 3.265 quilómetros, um acréscimo de cerca de 100 quilómetros em relação a 2023, e tem um percurso montanhoso desenhado para testar os candidatos.
Segundo contas da organização, só uma das tiradas é considerada plana, com cinco etapas de média montanha, oito de alta montanha, e cinco ‘onduladas’ que terminam com chegadas em alto, e um total de 61 mil metros de acumulado de subida, fazendo desta a mais difícil das grandes Voltas do ano.
O contrarrelógio inicial em Lisboa e o final, em Madrid, em 08 de setembro, permitem ‘afinar’ as diferenças de tempo que não forem feitas na montanha.
Com uma rota diferente do habitual nas últimas edições, o primeiro grande teste será o Pico Pitolero, na quarta etapa, seguido de uma série de etapas menos exigentes em que os sprinters poderão tentar brilhar, mesmo que deixem desgaste nas pernas dos candidatos à geral.
Depois do primeiro dia de descanso, a subida a Manzaneda, na Galiza, na 12.ª etapa, e Puerto de Ancares, no dia seguinte, podem ser ‘rompe pernas’, com o Cuitu Negru, na 15.ª tirada, de categoria especial.
Ao último dia de descanso segue-se uma terceira semana brutal, começando com a subida a Lagos de Covadonga, outra categoria especial, e atravessando também as subidas ao alto de Moncalvillo e a Picón Blanco, esta imediatamente antes do ‘crono’ final.
Lusa