"A Federação Portuguesa de Ciclismo confirma que foi hoje notificada pela União Ciclista Internacional (UCI) de que esta entidade decidiu retirar a licença desportiva à equipa continental W52-FC Porto, na sequência da informação recebida pela UCI sobre o processo que decorre na Autoridade Antidopagem de Portugal", lê-se no comunicado da FPC.
A FPC salienta ainda na nota que "a decisão entra imediatamente em vigor, pelo que a equipa está impedida de voltar a competir", o que inviabiliza, desde logo, a participação dos ‘dragões’ na 83.ª Volta a Portugal, que decorre entre 4 e 15 de agosto.
A estrutura W52, ligada ao FC Porto há seis épocas, venceu as últimas nove edições da prova ‘rainha’ do calendário nacional, embora os triunfos do seu corredor espanhol Raúl Alarcón, em 2017 e 2018, lhe tenham sido retirados por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”.
Em 15 de julho, oito ciclistas e dois elementos do ‘staff’ da W52-FC Porto foram suspensos preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) no âmbito da operação ‘Prova Limpa’.
No dia seguinte, a identidade de seis desses ciclistas foi conhecida, quando os mesmos foram impedidos de alinhar na terceira etapa do Grande Prémio Douro Internacional, que acabou por ser conquistado por José Neves, o único representante da equipa que continuou em prova.
Foram afastados Ricardo Vilela e José Gonçalves, além de quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que ‘herdou’ a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, de Raúl Alarcón.
Além dos ciclistas que alinhavam no GP Douro Internacional, a W52-FC Porto conta ainda nas suas fileiras com Amaro Antunes, três vezes vencedor e bicampeão em título da Volta (2021, 2020 e 2017), Jorge Magalhães, Samuel Caldeira e Daniel Mestre, estes últimos também suspensos, segundo confirmou o ‘patrão’ da equipa, Adriano Quintanilha, ao jornal Record.
No final de abril, 10 corredores da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
“A operação policial, envolvendo um total de cerca de 120 elementos provenientes da Diretoria do Norte e ainda das Diretorias do Centro e do Sul, da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e dos Departamentos de Investigação Criminal de Braga, Vila Real e Guarda, contou ainda com a colaboração da ADoP”, detalhou a PJ, em 24 de abril, indicando que durante a mesma “foram apreendidas diversas substâncias e instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu rendimento desportivo".