No comando dos brasileiros do Botafogo, o ex-técnico do Sporting de Braga, de 52 anos, venceu hoje o Atlético Mineiro, por 3-1, em Buenos Aires, num encontro em que os cariocas estiveram em desvantagem numérica desde os dois minutos, por expulsão de Gregore.
Com este triunfo, Artur Jorge replicou o que Jesus conseguiu ao serviço do Flamengo, em 2019, e Abel pelo Palmeiras, em 2020 e 2021.
Jesus, atualmente nos sauditas do Al Hilal, foi o pioneiro luso, sagrando-se campeão em 2019 após uma dramática final com os argentinos do River Plate (2-1), em Lima, decidida com um ‘bis’ do ex-benfiquista Gabriel Barbosa (89 e 90+2 minutos).
Nos dois anos seguintes, foi a vez de Abel Ferreira triunfar, em duas finais 100% brasileiras, ambas realizadas em 2021, devido à pandemia da covid-19.
Na primeira, em 30 de janeiro, no Maracanã, no Rio, o Palmeiras bateu o Santos de forma dramática, com um tento de Breno Lopes aos 90+9 minutos, e, na segunda, em Montevideu, o ‘herói’ foi o ex-Benfica B Deyverson, com um tento no prolongamento, aos 95 minutos, no duelo com o Flamengo.
Depois de três triunfos consecutivos, a Libertadores ‘escapou’ aos treinadores lusos em 2022 e 2023 – vitórias do ‘Fla’ e do ‘Flu’ -, mas, três anos volvidos, Artur Jorge conseguiu a quarta vitória de um técnico português em seis anos.
Artur Jorge deu também o primeiro título na competição ao Botafogo na sua primeira época no Rio de Janeiro, onde chegou após muitos anos no Sporting de Braga, dos juniores à equipa principal.
Além dos ‘arsenalistas’, pelos quais ganhou um título, a Taça da Liga de 2023/24, o ex-central também passou por Famalicão, Tirsense e Limianos.
Na história do futebol luso, apenas Jorge Jesus, Abel Ferreira e agora Artur Jorge conquistaram a principal prova da América do Sul, mas outros ganharam em distintos continentes, com destaque para Manuel José, quatro vezes campeão africano.
Manuel José de Jesus Silva, nascido em 09 de abril de 1946, colecionou um total de 20 títulos pelo Al-Ahly, conjunto da cidade do Cairo, onde é considerado um ‘Deus’, e quatro deles aconteceram na Liga dos Campeões da CAF, em 2001, 2005, 2006 e 2008.
Os egípcios selaram os títulos em finais com os sul-africanos do Mamelodi Sundowns (2001), os tunisinos do Étoile du Sahel (2005) – que se ‘vingariam’ em 2007 – e do CS Sfaxien (2006) e os camaroneses do Coton Sport (2008).
Se Manuel José foi quatro vezes o ‘rei’ de África, José Mourinho, atualmente com 61 anos, ganhou por duas vezes a principal prova de clubes a nível mundial, a Liga dos Campeões, a ‘Champions’, da UEFA.
O agora treinador dos turcos do Fenerbahçe venceu o primeiro troféu ao serviço do FC Porto, em 2003/04, e o segundo ao comando dos italianos do Inter Milão, em 2009/10, em finais com os franceses do Mónaco (3-0) e os alemães do Bayern Munique (2-0), respetivamente.
Na Europa, o primeiro a ganhar foi outro Artur Jorge, o ‘rei Artur’, ex-avançado do Benfica, que conduziu o FC Porto ao seu primeiro título europeu, na final da Taça dos Campeões Europeus de 1986/87, em Viena, com um 2-1 ao Bayern Munique, selado, com reviravolta, por Madjer, de calcanhar, e Juary.
Depois, em 2011/12, foi a vez de André Villas-Boas, atual presidente do FC Porto, que se tornou o único técnico luso que ganhou sem disputar a final, já que foi despedido do Chelsea a meio dos oitavos de final da ‘Champions’, que os ‘blues’ venceriam já com o italiano Roberto Di Matteo ao comando.
Além dos triunfos em África, América do Sul e Europa, há ainda a registar a vitória de Leonardo Jardim na ‘Champions’ asiática, ao comando dos sauditas do Al-Hilal, que bateram na final de 2021 o Pohang Stleelers, da Coreia do Sul, por 2-0.
Lusa