“O grupo está muito unido e muito focado. Sabemos da possibilidade de, ao fim de tantos anos, chegarmos a uma grande competição. Estamos cada vez mais perto”, afirmou a ponta-direita, de 26 anos, em Quarteira, no distrito de Faro, onde a equipa das ‘quinas’ cumpre estágio desde segunda-feira.
Portugal tenta a sua segunda qualificação para uma fase final do Europeu feminino, depois da presença em 2008, na Macedónia, em que terminou no 16.º e último lugar.
“Já foi há bastante tempo. É um sonho para qualquer atleta ir a uma grande competição sénior, representar o nosso país ao mais alto nível”, referiu Patrícia Rodrigues, que soma 50 internacionalizações.
A seleção feminina de andebol recebe os Países Baixos na quinta-feira, em Loulé, às 19:00, e encerra a fase de qualificação na República Checa, na cidade de Plzen, no domingo, às 18:00 (17:00 em Lisboa).
Portugal ocupa o segundo lugar do Grupo 3 de apuramento para o Campeonato da Europa, com quatro pontos, a quatro das neerlandesas, primeiras e já qualificadas, e em igualdade pontual com as checas, terceiras. A Finlândia está na quarta posição, ainda sem pontos.
As portuguesas mantêm aspirações à segunda vaga de qualificação direta ou a uma das quatro vagas destinadas aos melhores terceiros, ranking para o qual só contarão os resultados contra as duas primeiras colocadas, o que deixará o apuramento em suspenso até ao último segundo da partida de domingo.
Patrícia Rodrigues afirmou que as jogadoras lusas têm “noção da dificuldade” dos jogos com Países Baixos, sextos classificados no Euro2022 e quintos no Mundial2023, e República Checa, oitava no Mundial2023, mas querem demonstrar a sua qualidade.
“Sentimos que as equipas [mais fortes], hoje em dia, têm mais respeito por nós, sabem que estamos mais fortes e mais consistentes. Estamos a começar a ter resultados, a possibilidade de ir ao Europeu é grande e vamos fazer por isso”, realçou a andebolista do Madeira SAD.
Apesar das melhorias na consistência defensiva, na redução do número de falhas técnicas e nas transições ofensivas registadas nos últimos anos, a principal diferença para as seleções de primeiro nível está na experiência competitiva em grandes competições, que lhes permite “saber lidar melhor com a pressão”, observou Patrícia Rodrigues, uma das melhores marcadoras lusas desta fase de apuramento, a par de Beatriz Sousa, ambas com 22 golos.
O selecionador feminino, José António Silva, também considerou, em declarações à Lusa, que faltam rotinas de jogo a um nível mais alto e que, apesar do trabalho feito em treino e de análise, “há coisas que só são resolvidas competindo, só experimentando as situações”.
Apesar disso, acentuou o treinador, há três anos no cargo, tem sido “notória” a evolução de Portugal, que aprimorou a defesa agressiva e a aposta sistemática no contra-ataque, ideias há muito implantadas nas seleções nacionais.
“Fruto dessa evolução, o nosso objetivo é conseguir este apuramento para o Campeonato da Europa, que pode assumir uma importância muito grande para o futuro da equipa e do nosso andebol, porque nos permitirá amealhar mais pontos, com repercussão no ranking e numa série de consequências que podem ser positivas”, salientou José António Silva.
O selecionador garantiu que, frente a duas equipas “mais fortes” como são Países Baixos e República Checa, a estratégia está a ser delineada para “pontuar e fechar as contas do apuramento”, mas em cima da mesa está “uma noção concreta de todos os cenários” possíveis para chegar ao Euro2024.
A fase final do Europeu vai decorrer em três países (Áustria, Hungria e Suíça), entre 25 de novembro e 15 de dezembro.
Lusa