Quase 20 anos depois, Portugal voltou a jogar no país ‘vizinho’ e com o mesmo desfecho, embora em 2002 Jorge Costa e Fernando Morientes tivessem feito melhor (1-1) do que os compatriotas que hoje se apresentaram no Wanda Metropolitano.
A 11 dias da estreia na fase final do Campeonato da Europa, com a Hungria, agendado para 15 de junho, a seleção nacional quase não existiu no ataque, vendo o adversário dispor de várias ocasiões, sobretudo no segundo tempo, inclusive uma flagrante em tempo de compensação, pelo perdulário Álvaro Morata.
Antes de viajar para Budapeste, Portugal tem agendado outro particular de preparação para o Euro2020, diante de Israel, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, em 09 de junho.
Perante 14.743 pessoas, que ocuparam 22% da lotação do estádio do Atlético de Madrid, Fernando Santos — que ainda não conta com Cancelo, Rúben Dias, Bernardo Silva e Gonçalo Guedes – manteve o trio que atacou a partida no Luxemburgo, em março, com Cristiano Ronaldo a dividir as ofensivas lusas com João Félix e Diogo Jota.
O técnico apresentou um 4x2x3x1, com Danilo e Sérgio Oliveira a assegurarem as coberturas no meio-campo, enquanto Renato Sanches atuou como médio direito, permitindo que João Félix e Diogo Jota se soltassem mais no apoio a Cristiano Ronaldo.
Mesmo com esse trio ofensivo, Portugal viu-se remetido para o próprio meio-campo, praticamente para o terço defensivo, vendo a Espanha a jogar, a trocar a bola e tentar chegar à baliza de Rui Patrício, sendo que, numa dessas ocasiões, e como em tantas ao longo da carreira, Pepe revelou-se crucial para evitar que um passe de Gayà deixasse Thiago Alcântara em excelente posição.
Já depois de José Fonte ter visto um golo ser-lhe invalidado, por falta sobre um adversário, a Espanha ficou perto do primeiro, só que Ferrán Torres não conseguiu cabecear na direção certa, quando tinha tudo para inaugurar o marcador.
De qualquer forma, o domínio da seleção espanhola não foi traduzido em oportunidades na primeira parte, face a uma seleção portuguesa sem qualquer capacidade para reter a bola, o que também deixava os próprios jogadores frustrados, como era o caso de Renato Sanches, um dos mais inconformados.
Foi num lance conduzido pelo médio do Lille que Portugal dispôs de uma situação caricata, mas que poderia dado golo de Cristiano Ronaldo, que, a acontecer, seria digno de entrar numa lista dos ‘apanhados’, tal foi a falha do guarda-redes Unai Simón perante o ‘capitão’ luso.
A estreia de Pedro Gonçalves, o 50.º jogador lançado por Fernandos Santos desde 2014, foi mesmo uma realidade no arranque do segundo tempo, mas pouco mudou na dinâmica da equipa portuguesa, que viu a Espanha criar duas clamorosas oportunidades, a primeira por Morata e a segunda por Sarabia, nenhum deles com capacidade para sequer acertar na baliza.
Com três centrais no lote de convocados para o Euro2020, mas apenas dois disponíveis para este jogo, o selecionador testou o recuo de Danilo para o eixo defensivo, substituindo Pepe, que foi muito ovacionado pelos adeptos espanhóis presentes no estádio, certamente ‘aficionados’ do Real Madrid, que não esqueceram as 10 épocas em que o defesa vestiu de ‘blanco’.
Já Cristiano Ronaldo não teve a mesma receção e, apesar de exibição pouco conseguida, criou o principal lance de golo da seleção nacional, cruzando para Diogo Jota cabecear por cima da baliza de Unai Simón, antes de ele próprio cabecear com perigo na sequência de um livre de Bruno Fernandes.
Portugal continuava a ‘ver’ a Espanha a jogar e a dispor de situações, e Morata era o mais perdulário, falhando novo lance à ‘boca’ da baliza, antes de Rui Patrício segurar o empate, já perto do final, depois de um livre ‘traiçoeiro’ do recém-entrado Koke.
O epílogo da noite ‘não’ de Morata aconteceu em tempo de compensação, num lance que levou os adeptos espanhóis ao desespero. O avançado da Juventus isolou-se perante Rui Patrício, teve tempo para decidir o que queria fazer, mas, quando o fez, acertou em cheio na barra.