O selecionador português de futebol, Fernando Santos, recusou ontem que, desde 2016, privilegie o trabalho ofensivo em relação ao defensivo, notando que, se assim fosse, Portugal não teria conquistado o campeonato da Europa há dois anos.
Confrontado com a opinião de Jerzy Brzeczek, selecionador da Polónia, adversário de quinta-feira, em jogo da Liga das Nações, Fernando Santos diz não concordar com ela.
"É a análise dele, e respeito, mas não concordo. Se só defendesse, Portugal não podia ter conquistado o campeonato da Europa (2016). Temos que ser muito fortes nos dois momentos, ofensivo e defensivo, é isso que tentamos fazer nos poucos dias em que estamos juntos”, disse, na conferência de imprensa de antevisão do jogo desta quinta-feira, em Chorzow.
O técnico, que ontem completou 64 anos, disse esperar "um jogo tremendamente difícil".
"A equipa polaca tem muita qualidade, como mostrou nos últimos dois jogos, com a Itália e a República da Irlanda. Mudou de treinador e temos de estar ao melhor nível, porque são duas equipas que querem vencer e temos que estar a mais de 100 por cento para conseguir esse objetivo”, disse.
O treinador frisou ainda a particularidade de esta ser uma fase de qualificação de apenas quatro jogos, o que torna "cada jogo mais importante do que numa qualificação de 10 jogos".
Até por isso, notou, a Polónia quererá vencer Portugal.
"Isso é legítimo, joga em casa, é uma grande equipa e acredita que pode vencer, mas Portugal também", frisou.
O selecionador não quis alongar-se em comentários sobre a ausência de Cristiano Ronaldo.
"Já disse que o melhor do mundo é o melhor do mundo, mas não vamos estar sempre a falar sobre isso, amanhã (quinta-feira) não está e temos que nos centrar nos que estão", disse.
Contudo, Fernando Santos mostrou-se confiante que, em breve, o ‘capitão’ da seleção nacional voltará: "Ele já respondeu a isso, que continua totalmente focado para jogar pelo seu país e nada antevejo em sentido contrário”.
Passam-se também hoje quatro anos desde que Fernando Santos assumiu o comando da seleção portuguesa e o técnico diz que, apesar de nunca se sentir totalmente realizado, tem uma carreira "muito interessante", tendo lembrado o título europeu conquistado em França há dois anos.
O técnico admitiu ainda que esta competição possa não agradar tanto aos clubes, mas que é importante para as seleções.
"Os clubes podem não concordar tanto, dado o desgaste físico, é natural, mas, pelo lado das seleções, é muito importante, porque temos pouco tempo para trabalhar com os jogadores e é muito diferente jogos particulares ou oficiais, em que há um objetivo", disse.
Portugal lidera o Grupo 3 da Liga A da Liga das Nações, com três pontos, e a Polónia é segunda, com um, e defrontam-se esta quinta-feira, no Estádio Slaski, em Chorzow, na Polónia, a partir das 19:45 (em Lisboa).
LUSA