Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, no âmbito da iniciativa "Sentir Portugal", Luís Montenegro salientou que retirou "duas grandes conclusões" da jornada de trabalho que hoje realizou com o presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, que é também presidente do Governo Regional.
"A primeira conclusão é de que as políticas aqui na região estão muito articuladas e muito coordenadas", considerou, dando como exemplos a construção em curso de um novo hospital, de mais habitação pública e privada e a "aposta, de forma conjugada, na educação, investigação, inovação e desenvolvimento".
Para o presidente do PSD, "a segunda conclusão" que retira do conjunto de visitas que realizou ao longo do dia, na Madeira, é que "vale a pena apostar na autonomia, não só por esta conjugação mas também pela rapidez de intervenção".
"Como o presidente do PSD/Madeira hoje disse várias vezes durante o dia, enquanto na administração central muitas coisas se vão protelando e prolongando, com papéis para trás, papéis para a frente, hesitações, com avanços e recuos, aqui os projetos vão para o terreno", declarou.
Como por exemplo o meio aéreo da Proteção Civil regional, que custa ao executivo insular cerca de 1,5 milhões de euros por ano, "mesmo numa área cuja responsabilidade cimeira é do Estado", apontou.
"Nós somos solidários com os madeirenses na sua reclamação de poderem ter ajuda da administração central para poderem ter este meio aéreo em permanência, mas a verdade é que o Governo Regional não ficou à espera, abdicou de uma parcela do seu orçamento para dotar este serviço com este meio", destacou.
Luís Montenegro acrescentou também que, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "não haverá" no continente "tantos exemplos em simultâneo de obras que já estão no terreno"
"E, portanto, isto leva-me a concluir que vale a pena apostar no aprofundamento das autonomias regionais, vale a pena naturalmente ter bons governos regionais", reforçou.
O presidente do PSD sublinhou que "muitas" das políticas públicas "hoje executadas pela Madeira" são "claramente transponíveis para um projeto nacional".
"Foi um dia onde pudemos experimentar que as políticas públicas levadas a cabo por um governo mais próximo, como é o Governo da Região Autónoma da Madeira, produzem mais qualidade de vida, produzem mais capacidade de atrair, de reter os nossos jovens (…). Este é o desígnio que nós temos de ter para Portugal nos próximos anos", frisou.
O líder social-democrata acrescentou que é necessário "ter um Estado expedito, que decide, que não anda sempre embrulhado nas tecnocracias, nas minudências administrativas, se concentre em fazer a obra, em levar as coisas para o terreno e não estar sempre à espera que venha outro ao lado ajudar, financiar".
Na perspetiva de Montenegro, a Madeira já aplica um conjunto de políticas, em áreas como a habitação, educação, saúde, inovação e investigação que, se forem aplicadas também no território nacional, poderão fazer com que Portugal "não se contente com poucochinho", que "não seja um país sempre a pedinchar na Europa" e "pense grande".