A época está mesmo ao virar da esquina, as equipas têm vindo a se preparar dentro das limitações e disponibilidade financeira que dispõem, Pedro Paixão é um desses casos.
À RTP o jovem e veloz piloto começou por referir: “a expectativa é sermos fortes dentro das nossas limitações a nível de carro. Não podemos lutar com os carros de topo como os R5. Os Mitsubishi são adversários fortes e ‘teoricamente´ superiores, mas vamos tentar dar o máximo para nos aproximarmos! “
Pedro Paixão que este ano é navegado pelo experiente co-piloto do campeonato nacional de ralis Jorge Henriques, que no ano passado fez dupla com Rui Pinto.
O novo desafio encarado de forma muito positiva por Pedro Paixão: “O principal objetivo é me adaptar ao novo navegador e aproveitar ao máximo todos os novos conhecimentos que tem para me transmitir. Começaremos a trabalhar juntos no reconhecimento das classificativas e a elaboração das notas para melhor atacar o rali. A título pessoal entendemo-nos bem até porque já mantínhamos uma relação de amizade desde o ano transato. Tenho a certeza que nos vamos dar muito bem dentro do carro e vamos trabalhar de forma muito profissional para tentar bater os restantes recordes de classificativas já efetuados em outros anos nesta categoria!"
O carro que a dupla vai competir é o Renault Clio R3, viatura que já mostrou no passado fiabilidade: “A nível de preparação esta tudo a correr dentro do normal, apesar de ter decidido fazer o campeonato regional muito em cima da hora, devido a falta de apoios para uma participação no campeonato nacional de ralis, a minha equipa RR Automecânica trabalha muito depressa e bem, para ter o carro pronto a tempo. Por isso mesmo iremos efetuar já um pequeno teste dentro de uns dias."
Pedro Paixão é um grande entusiasta do desporto automóvel, começou cedo no Karting, onde mostrou toda a sua garra, determinação e velocidade. Fez depois a evolução para os ralis e está pronto para mais uma temporada: “Quanto a mim, sinto me psicologicamente e fisicamente preparado ”apesar de um pouco pesado” para enfrentar o rali e a época. Temos algum ritmo competitivo em relação aos outros concorrentes que acabaram a época transata e ficaram parados. Eu fiz o Rali do Algarve em novembro do ano passado e este ano comecei a competir no Rali Serras de Fafe, o que permitiu não baixar demasiado o meu ritmo desde o último ano até agora.
Em termos de objetivos Pedro Paixão está de olhos postos na revalidação do título e deixa alguns recados no seu discurso: Vamos defender o título que conquistamos no ano transato e por isso estamos confiantes numa época consistente e com certeza seremos velozes!
Agradeço em especial a minha equipa de assistência Ricardo Ramos da Automecânica, à minha família e aos poucos apoios que tenho.
Pelos vistos ainda tenho que demonstrar do que sou capaz a ver ser aparecem mais porque desta maneira verei me obrigado a terminar a minha carreira forçosamente no próximo ano. Obviamente não estou contente com isso porque sinto que há muitos jovens talentos, como é o caso do Diogo Soares, que também já demonstrou ter capacidades para ter um futuro na modalidade, assim como eu.
Mas a realidade é que as empresas regionais só pensam no interesse político e económico de cada um. Daí que optem por apoiar pessoas que já tiveram os seus dias de glória e mérito, mas que neste momento fazem parte de história. Tenho a plena noção que um dia também serei com certeza, mas neste momento sinto que os patrocinadores não dão o devido valor a jovens valores, que podem levar o nosso desporto ao topo europeu, o Diogo Gago, o Pedro Antunes, Diogo Soares, assim como eu, não me comparo a nenhum deles somos todos diferentes, mas não duvido que tenho talento e quero mostrá-lo, tenho vontade de crescer mais e trabalhar para um dia chegar ao topo.
Sem se deter o jovem e irreverente piloto termina dizendo: “Este ano muitos pilotos vão mostrar todas as suas capacidades na Copa Ibérica 208 R2 e acredito que está na hora de pensar no futuro. Sei que posso ser mal interpretado com estas minhas declarações, mas acredito na honestidade e tenho por habito ser frontal. Corro o risco de ser muito criticado, mas senti que tinha o dever de dizer o que sinto e neste momento é isso que me vai na alma.”
Como pensamento final Pedro Paixão adverte: “Por vezes há receio em falar publicamente em assuntos ”tabu”, mas assumo o que penso e a leitura que faço. Lá diz o ditado, quem diz a verdade, não merece castigo. Boa época a todos.”