O Paços de Ferreira e o Marítimo empataram no sábado, 0-0, na 18.ª jornada da I Liga de futebol, num resultado mais penalizador para os pacenses, sem ganharem há dois meses e meio e ameaçados pela zona de descida.
O Paços, cuja última vitória para o campeonato aconteceu a 20 de outubro, na receção ao Estoril-Praia (1-0), queria deixar uma boa imagem a João Henriques, sucessor de Petit no comando técnico, e foi quase sempre melhor em todos os capítulos do jogo, mas não conseguiu materializar em golos as oportunidades criadas, face a um Marítimo mais contido, procurando recuperar de três derrotas consecutivas.
O Paços, com Filipe Anunciação (na bancada por castigo) e Miguel Moreira (no banco de suplentes) a fazerem a transição de Petit para João Henriques, presente no estádio, mas apenas apresentado na segunda-feira, repetiu o ‘onze’ que empatou 1-1 com o Portimonense.
Este sinal de confiança foi bem recebido pelos jogadores pacenses, sempre mais ativos e dinâmicos na procura da baliza contrária. Mesmo sem impor um ritmo elevado ao jogo, o Paços teve mais posse, iniciativa, cantos e remates.
Ricardo, recordista pacense na I Liga, agora com 186 jogos (mais dois do que Pedrinha e três para Paulo Sousa), protagonizou o primeiro sinal de perigo, mas o cabeceamento, na sequência de um pontapé de canto, saiu por cima.
Pouco depois, aos seis minutos, Xavier, desmarcado por André Leão, venceu a oposição de Zainadine, num movimento em diagonal da esquerda para o meio, e rematou, levando a bola a passar muito perto do poste esquerdo de Charles.
O Marítimo, com quatro alterações comparativamente ao jogo de Alvalade e à goleada (5-0) sofrida frente ao Sporting (Zainadine, Ibson, Ricardo Valente e Jean Cléber substituíram Dráusio, Edgar Costa, Gamboa e Filipe Oliveira, os dois últimos relegados para o banco de suplentes), foi uma equipa quase sempre na expectativa, raramente pressionou o portador da bola e juntava muitos elementos no processo defensivo.
Esta estratégia garantia superioridade e algum conforto no processo defensivo, procurando reagir aos 10 golos sofridos nos últimos três jogos do campeonato, mas tirava poder de fogo no ataque, com Rodrigo Pinho demasiado sozinho na frente.
O avançado da formação insular dispôs, mesmo assim, de uma soberana oportunidade de golo, aos 33 minutos, mas falhou o primeiro remate, só com Defendi pela frente, e a recarga, num lance de superioridade numérica do Marítimo na área pacense, coisa rara no jogo, a partir de uma entrada em falta de Jean Cléber sobre Ricardo que passou despercebida a Manuel Mota.
Apesar desta ameaça, o Paços nunca perdeu o domínio e manteve a iniciativa, insistindo por fora e por dentro, em jogo curto ou através de passes longos, nem sempre, é certo, com o melhor discernimento e na maior parte das vezes sem criar grande perigo.
Na primeira parte, Charles só voltou a ser incomodado aos 39 minutos, numa jogada de insistência iniciada em Quiñones na esquerda e concluída por Bruno Moreira, assistido por Pedrinho, na pequena área, mas o remate foi desviado num defesa e passou perto do poste direito da baliza do Marítimo.
O avançado pacense voltou a ficar perto do golo aos 53 minutos, mas o cabeceamento, na pequena área, saiu fraco e à figura de Charles, após um centro teleguiado de Pedrinho da direita.
O cansaço e a chuva, por vezes insistente, tiraram intensidade e qualidade, que nunca foi elevada, ao jogo na segunda parte, com o Paços a manter a iniciativa e o Marítimo a responder em contra-ataque, mas a conseguir até mais situações junto da baliza contrária, sobretudo após a entrada de Everton, aos 70 minutos.
Antes, aos 56 minutos, Rodrigo Pinho falhou a emenda na pequena área e Everton, aos 87, rematou para uma defesa segura de Defendi, enquanto Mabil (80) dispôs da derradeira oportunidade para o Paços, de livre direto, na meia lua, mas acertou num elemento da barreira.
Com este empate, o Marítimo isolou-se, à condição, no quinto lugar, com 28 pontos, enquanto o Paços de Ferreira, sem vencer nos últimos oito jogos da I Liga, soma 15 e corre o risco de ser apanhado pelos últimos classificados Vitória de Setúbal e Estoril Praia no final da 18.ª jornada.
LUSA