“Este ouro tem um significado muito grande, pois é a única forma que tenho de agradecer ao país que me apoiou desde o primeiro dia. Agradecer com medalhas e bons resultados”, desabafou, na conferência de imprensa no estádio olímpico.
Pichardo venceu o concurso com um salto de 17,98 metros, conquistando a primeira medalha de ouro da missão lusa em Tóquio2020, depois da de prata de Patrícia Mamona na prova feminina do triplo salto e das de bronze do judoca Jorge Fonseca (-100 kg) e do canoísta Fernando Pimenta (K1 1.000).
À Lusa, o seu pai disse que o próximo objetivo é ganhar todos os mundiais até repetir o ouro olímpico em Paris2024, declaração que motivou uma resposta mais humorada do descendente.
“O meu pai é um bocado maluco a colocar pressão em cima de mim. Não vai estar feliz com a marca. Ele estava à espera que eu fizesse pelo menos os 18 metros. Tenho a certeza que quanto a ser campeão olímpico está contente, mas com a marca não estará feliz. É um bocado maluco, exige muito”, gracejou.
Durante todo o concurso, Pichardo revelou grande tranquilidade e foi com serenidade que também festejou o seu primeiro título de campeão olímpico, o quinto ouro na história de Portugal em mais de 100 anos.
“Tem a ver com a minha personalidade, não sou muito emotivo. Sou mais reservado, sério. Para me verem emocionado é difícil”, assumiu, com um sorriso sereno.
Pichardo não pôde competir no Rio2016, por Cuba, devido a uma lesão no tornozelo e agora, na sua estreia, ofereceu o ouro a Portugal.
“A vida tem coisas planeadas, e este título já estava planeado há muito tempo que iria para Portugal, não para Cuba. São coisas da vida” concluiu.
Portugal superou os resultados alcançados em Los Angeles1984 e Atenas2004, edições em que subiu três vezes ao pódio, passando a totalizar 28 medalhas em Jogos Olímpicos (cinco de ouro, nove de prata e 14 de bronze), 12 das quais no atletismo, modalidade que proporcionou também os cinco títulos olímpicos.