"Foi um dos encontros mais emocionantes da minha carreira", avançou o esquerdino espanhol, de 35 anos, na cerimónia de entrega de prémios. "Partilhar o ‘court’ com o Daniil foi uma honra. É maravilhoso. Para ser sincero, há um mês e meio, não tinha a certeza se voltaria a jogar ténis no circuito. Mas hoje estou aqui, em frente a todos vocês e com o troféu à minha frente. Vocês são fantásticos, obrigada", acrescentou, dirigindo-se ao público que sempre o apoiou ao longo do derradeiro duelo.
Rafael Nadal terminou precocemente a última temporada, em agosto, com uma lesão no pé direito e em dezembro contraiu o coronavírus, ficando seis meses sem competir. Regressou com um triunfo no ATP 250 de Melbourne, uma semana antes do primeiro ‘major’ da época, e hoje bateu o número dois do mundo, o russo Medvedev, em cinco partidas para conquistar o seu segundo Open dos Antípodas, por 2-6, 6-7 (5-7), 6-4, 6-4 e 7-5, ao fim de cinco horas e 24 minutos.
Depois de assinar 69 ‘winners’ e 68 erros não forçados, face aos 76 pontos ganhantes de Medvedev, entre os quais 23 ases, e 52 pontos não provocados, o antigo número um mundial lembrou, contudo, o quanto teve de lutar para voltar a Melbourne Park a um nível competitivo.
"Não imaginam o quanto lutei para estar aqui. Há umas semanas acreditei que este seria o meu último Open da Austrália, mas agora sinto-me com mais energia para continuar mais uns tempos", confessou, depois de ultrapassar os 20 triunfos no Grand Slam do suíço Roger Federer e do sérvio Novak Djokovic, número um mundial.
Já Medvedev, de 25 anos, não poupou elogios ao adversário, após ter perdido a sua segunda final consecutiva nos Antípodas e depois de conquistar o primeiro ‘major’ da carreira no Open dos Estados Unidos.
"É difícil de falar depois de cinco horas e meia a jogar e perder", começou por afirmar o moscovita. "Ele foi impressionante, o nível foi muito alto. Elevaste o nível após os dois primeiros ‘sets’ e alcançaste o 21.º torneio do Grand Slam. Pensei que ias ficar cansado, mas pronto. És um campeão incrível e acho que vocês (Nadal, Federer e Djokovic) ainda têm uma grande rivalidade e isto ainda não acabou".