Jorge Nuno Pinto da Costa foi o dirigente mais titulado do mundo e o que mais tempo esteve na liderança de um clube de futebol. Até ao fim de azul, dedicou mais de 40 anos ao Futebol Clube do Porto. Há três anos que lutava contra um cancro, morreu este sábado aos 87 anos.
A última vez que apareceu em público foi no final de dezembro, no estádio do Dragão, para assistir à vitória dos dragões sobre o Estrela da Amadora (2-0).
Antes disso tinha estado, em outubro, na apresentação do seu último livro. Um evento realizado na Alfândega do Porto, que contou com a presença de familiares, amigos e adeptos do clube.
‘Azul até o fim’ foi escrito em jeito de despedida, teve como ponto de partida o diagnóstico de cancro, em setembro de 2021. A partir de então, e até ao momento em que lhe deram três meses de vida, foi-se preparando para o final, escondendo a doença dos mais próximos.
O livro é uma partilha dos pensamentos, das inquietações, das emoções, mas também das certezas dos seus três últimos anos de vida.
Pinto da Costa revelou ainda os desejos para as suas cerimónias fúnebres. Pediu para que seja simples, na Igreja de Santo António das Antas, com a presença da família, dos amigos de vida e dos adeptos anónimos. Fez ainda um apelo para que as pessoas se apresentem todas vestidas de azul no seu funeral.
O ex-presidente do FC Porto deixou também uma lista de pessoas a excluir das cerimónias. Entre as quais, André Villas-Boas e a respetiva direção, assim como os antigos jogadores que apoiaram a candidatura do atual presidente.
À família pediu que recuse qualquer condecoração a título póstumo.
Durante 42 anos, como presidente do FC Porto, venceu 69 títulos com a equipa profissional de futebol. No total foram mais de 2500 troféus conquistados nas diversas modalidades.
Pinto da Costa nasceu no Porto, em 1937. Foi um homem de paixões e sempre muito controverso. Candidato derrotado nas últimas eleições por André Villas-Boas com 80 por centos dos votos, saiu da presidência do FC Porto a 28 de maio, após vencer a Taça de Portugal.
Figura incontornável da história do futebol português foi amado por uns e odiado por outros.