Ogier concluiu as 22 especiais e os 337,04 quilómetros cronometrados desta quinta jornada do Campeonato do Mundo com o tempo de 3:41.32,3 horas, deixando na segunda posição o estónio Ott Tänak (Hyundai i20), a 7,9 segundos, com o belga Thierry Neuville (Hyundai i20), líder do Mundial, em terceiro, a 1.09,8 minutos.
Com esta vitória, Ogier chegou aos 60 triunfos no Campeonato do Mundo, e somou o 101.º pódio da carreira, tornando-se o piloto mais vitorioso de sempre na prova portuguesa, superando as cinco vitórias do finlandês Markku Alén, a última em 1987.
“Markku Alen para mim é uma lenda. Durante muitos anos perguntaram-me quando bateria o recorde, aconteceu agora”, disse Ogier, emocionado, ele que já tinha vencido nas edições de 2010, 2011, 2013, 2014 e 2017, e triunfou com quatro marcas diferentes: Citroën, Volkswagen, Ford e, agora, Toyota.
O piloto gaulês assumiu o comando na manhã de sábado, pela primeira vez, em Montim 1, para baixar ao segundo lugar no troço seguinte, na primeira passagem por Amarante, por troca com Tänak.
Mas, um furo do piloto estónio no troço seguinte permitiu a Ogier recuperar o comando, para não mais o largar.
Hoje, o oito vezes campeão mundial, que desde 2022 tem feito o campeonato a tempo parcial, entrou a vencer na primeira passagem por Cabeceiras de Basto, uma das quatro especiais deste derradeiro dia, alargando a vantagem para os 18 segundos.
A partir daí, bastou ao piloto da Toyota, de 40 anos, gerir o andamento, chegando à especial final, em Fafe, que tinha o estatuto de ‘power stage’ (15 pontos a distribuir pelos cinco mais rápidos), com 10,1 segundos de vantagem sobre Tänak.
O estónio ainda atacou e recuperou 2,2 segundos ao francês, insuficientes para lhe roubar um lugar na história.
“Foi um fim de semana exigente. Tentámos o nosso melhor, mas quando vais ao ataque e não te sentes totalmente confortável no carro, isso reflete-se no resultado”, afirmou o estónio.
Em Fafe, três pilotos bateram o recorde da especial, que pertencia ao bicampeão Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) desde o ano passado.
O novo melhor tempo foi fixado em 6.23,7 minutos por Thierry Neuville, que aumentou a vantagem no campeonato do mundo de seis para 24 pontos face ao britânico Elfyn Evans (Toyota).
Evans sofreu problemas de refrigeração do motor na segunda passagem por Cabeceiras de Basto e sentiu grandes dificuldades para chegar ao final do rali, terminando na sexta posição e com 1.30 minutos de penalização por se ter atrasado num controlo a reparar a avaria.
Já a Toyota, somou o nono triunfo (os último cinco consecutivos), destronando a Lancia como a marca com mais sucessos da prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP).
Já na categoria de WRC2, o espanhol Jan Solans (Toyota Yaris) venceu pela primeira vez, oferecendo, também, a primeira vitória à Toyota.
“Foi um fim de semana incrível. Estou a viver o meu sonho”, frisou o piloto de 26 anos, que saltou para o comando no penúltimo troço da prova lusa.
Armindo Araújo (Skoda Fábia) foi o melhor português no final do rali, no 17.º lugar da geral, 10.º entre os WRC2. Ricardo Teodósio (Hyundai i20), que sofreu problemas mecânicos ao longo dos dois dias anteriores, foi o segundo.
Thierry Neuville, que somou 24 pontos, chegou aos 110 no Mundial de Pilotos, mais 24 do que Elfyn Evans, que tem 86. Ott Tänak subiu ao terceiro posto, com 79.
Como curiosidade, o novo sistema de pontuação introduzido este ano permitiu que o vencedor do rali, Sébastien Ogier, somasse 25 pontos, menos um do que o segundo classificado, Tänak.
A próxima ronda é o Rali da Sardenha, de 30 de maio a 02 de junho.