Russell, que apostou apenas numa paragem nas boxes, concluíra as 44 voltas em 1:19.57,040 horas, deixando na segunda posição o compatriota Lewis Hamilton (Mercedes), a 0,526 segundos, com o australiano Oscar Piastri (McLaren) em terceiro, a 1,173.
Com a desclassificação de Russell, Hamilton subiu ao lugar mais alto do pódio, Oscar Piastri foi promovido ao segundo lugar e o monegasco Charles Leclerc (Ferrari) ao terceiro.
A desclassificação foi decretada pois o monolugar de Russell terminou a corrida belga abaixo do peso mínimo exigido pelos regulamentos.
Segundo os comissários, o Mercedes do britânico pesava, no final da corrida, 796,5 quilogramas quando o peso mínimo é de 798.
O facto de no circuito de Spa-Francorchamps, que hoje acolheu a 14.ª prova da temporada, os pilotos não darem a volta de consagração, em que aproveitam para recolher pedaços de borracha com as rodas de forma a deixar o carro com mais peso, pode ter influenciado a desconformidade.
Inicialmente, o carro tinha sido considerado conforme, mas, após a recolha regulamentar de 2,8 litros de combustível para análise, ficou fora dos parâmetros exigidos.
O diretor desportivo da Mercedes, o austríaco Toto Wolff, assumiu já que a equipa não vai recorrer da decisão. “É o que é, o erro aconteceu”, disse.
Um final inglório para aquilo que tinha sido uma aula de estratégia de Russell ao apostar em fazer apenas uma paragem, contra as duas da generalidade dos adversários.
De qualquer forma, esta foi a terceira vitória da Mercedes nas últimas quatro corridas, depois de Russell vencer na Áustria e Hamilton na Grã-Bretanha e, agora, na Bélgica.
Russell saiu da sexta posição, com pneus médios, e parou apenas na 10.ª volta para montar pneus duros. A partir daí, cavalgou para a vitória, enquanto o campeão mundial e líder do campeonato, Max Verstappen (Red Bull), terminou na quarta posição depois de largar do 11.º lugar da grelha e conquistou mais dois pontos ao britânico Lando Norris (McLaren), primeiro dos perseguidores, mas que foi apenas quinto (depois dos resultados revistos após a desclassificação de Russell).
“Claro que gostava de ganhar todas as corridas como no ano passado, mas já não estamos nessa posição. Agora é recolher pontos e pensar no campeonato”, disse Verstappen no final, resignado com o cenário que agora enfrenta no campeonato, em que desde que o projetista Adrian Newey se afastou, a Red Bull perdeu a vantagem técnica e viu-se suplantada por McLaren, Mercedes e, esporadicamente, Ferrari.
Hoje foi um desses dias, pois o neerlandês não conseguiu ultrapassar o monegasco Charles Leclerc (Ferrari) nas voltas finais. O autor da ‘pole’ acabou promovido ao degrau mais baixo do pódio, mas esteve mais forte do que a Red Bull.
Hamilton, campeão do mundo em 2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020, tentou chegar ao triunfo em pista nas últimas cinco voltas, mas não conseguiu ultrapassar Russell. A sua 105.ª vitória na Fórmula 1, segunda este ano depois de já ter ganho o GP da Grã-Bretanha, é um novo recorde da modalidade, suplantando em 14 as 91 conseguidas pelo alemão Michael Schumacher ao longo da sua carreira.
No campeonato, Max Verstappen tem, agora, 277 pontos, mais 78 do que Lando Norris, que é segundo, com 199, quando faltam 10 corridas para o final da temporada.
A Red Bull mantém a liderança do Mundial de Construtores, com 408 pontos, contra os 366 da Mercedes.
O campeonato enfrenta, agora, a pausa de verão, regressando de 23 a 25 de agosto, nos Países Baixos.