Fernando Santos (selecionador de Portugal): "Demorámos muito tempo a entrar no jogo. Os jogadores queriam, mas não conseguiam. Tinham muita vontade, estavam muito confiantes, mas o que é verdade é que não conseguimos explanar todo o nosso jogo. Apesar de termos situações de golo, não conseguimos. Mas os jogadores trabalharam muito. Dói a mesma coisa (sair do Mundial contra uma equipa como Marrocos). Sair do Mundial dói sempre".
Pepe (jogador de Portugal): "Estivemos sempre por cima do jogo, sofremos um golo onde não esperávamos. Tenho de dizer isto, porque é mais forte do que eu: É inadmissível um árbitro argentino apitar o nosso jogo, hoje, aqui. Depois do que se passou ontem, o Messi a falar, toda a Argentina a falar e um árbitro argentino vem e apita. Eu não digo que ele veio condicionado para cá, mas na segunda parte, o que é que jogámos na segunda parte? Não jogámos nada na segunda parte, o guarda-redes deles sempre parado e só deu oito minutos de descontos. Nós trabálhamos muito a sério, num Campeonato do Mundo, e o árbitro dá oito minutos de desconto. Não jogámos nada na segunda parte. Nada! A única equipa que queria jogar futebol na segunda parte éramos nos, Portugal. Agora, o que podemos fazer? Estamos tristes, tínhamos qualidade para ganhar o Campeonato do Mundo e, infelizmente, não conseguimos. Não é ansiedade, é raiva. Porque não jogámos nem nos deixaram jogar na segunda parte".
Bernardo Silva (Jogador de Portugal): "Foi um jogo difícil, contra uma equipa muito agressiva, muito competitiva, como também já tínhamos visto durante todo o torneio e no jogo contra a Espanha. E uma primeira parte onde não conseguimos quebrar as linhas deles, uma segunda parte onde, um pouco no desespero, demos tudo o que tínhamos. Tentámos ao máximo qualificar-nos para a meia-final. Mas um jogo muito difícil para nós. Muito tristes, porque o objetivo era claro, era passar à meia-final, portanto frustração e tristeza.
Foi a minha terceira competição a seguir ao Mundial2018 e ao Europeu2020, foi o ambiente, dentro da seleção, que senti que estava melhor. Senti que a equipa estava mais unida e verdade é que nós acreditávamos que era possível, verdadeiramente, chegar mais longe. Infelizmente não foi possível, portanto pedimos desculpa a todos os portugueses. Tentámos dar o nosso melhor para representar o nosso país da melhor maneira, hoje não o conseguimos fazer. É futebol.
Seria sempre doloroso (perder contra qualquer outra equipa). Marrocos está aqui porque o merece, tem muito mérito, e da mesma forma que elimina Bélgica e Espanha, elimina agora Portugal. É uma seleção com muito valor, os nomes pouco importam. A tristeza é de não nos termos qualificado e de não termos conseguido o nosso objetivo".
Acabou por não pender para nós, mas a atitude esteve lá. Sem dúvida, jogámos contra uma equipa muito difícil, mas tínhamos todas as armas e procurámos fazer tudo aquilo que conseguíamos. Ainda não tive oportunidade de ver o lance do penálti, mas pareceu-me claríssimo. Como é óbvio, acabou por marcar o encontro, porque um empate naquela altura fazia com que voltássemos à estaca zero. Foi duro, mas há que seguir em frente.
Sabíamos perfeitamente daquilo que somos capazes e temos perfeita consciência de que íamos jogar contra uma grande equipa. Não foi por sermos mais ou menos favoritos. Nós estávamos a disputar os quartos de final do Mundial e não conseguimos ser melhores".
Bruno Fernandes (jogador de Portugal): "É muito difícil de se expressar em palavras (o que faltou). Tudo o que possa dizer agora não irá mudar nada daquilo que foi o jogo. É muito difícil e triste para nós, porque tínhamos ambição e qualidade para mais. Demos tudo aquilo que tínhamos para dar, mas há sempre um bocadinho a mais que podemos deixar quando se perde. A entrega e o compromisso foram totais por parte da equipa. Infelizmente, não marcámos o golo e foi essa a grande diferença entre nós e Marrocos.
Já sabíamos antes do jogo ao que vínhamos e que árbitro iríamos encontrar. Infelizmente, não vejo árbitros portugueses (no Mundial2022), mas de outros países que continuam em competição. Parece-me minimamente estranho, mas não quero entrar por aí, porque acho que não foi só por isso. Dar dois minutos (de tempo de compensação) na primeira parte e oito na segunda, quando o jogo esteve parado de 15 a 20… Sabíamos desde o jogo com a Coreia do Sul ao que vínhamos e hoje tínhamos de resolver nos 90 minutos.
Portugal sabia que tinha qualidade para ir mais longe. Qualidade, entrega, compromisso. Foi tudo o que tivemos desde a primeira partida e que também não nos faltou hoje, mas o futebol tem destes momentos. É muito triste e difícil para nós aceitar isto, porque saímos com a sensação de que merecíamos mais, mas não com a sensação de que poderíamos dar mais. Não posso apontar nada aos meus colegas, porque todos estiveram fantásticos desde o início do torneio e nenhum de nós podia ter feito mais a nível de compromisso".
Sofiane Boufal (jogador de Marrocos): "É uma loucura. Estamos a viver um sonho e não queremos acordar. Senti arrepios. Tudo o que temos, merecemos. Trabalhámos muito e ainda não acabou. Falta as meias-finais e ‘inshallah’ (se Alá quiser) a final. Desejo boa sorte à seleção francesa (defronta hoje a Inglaterra nos ‘quartos’) e espero encontrá-la".
Confederação Africana de Futebol (CAF, na rede social Twitter): "História continental! Marrocos torna-se a primeira seleção africana a chegar às meias-finais de um Mundial! Que conquista por parte dos ‘leões do atlas’".