Joana Schenker está em posição privilegiada para ser a primeira ‘bodyboarder’ lusa campeã do mundo, porém a algarvia diz que apenas pensa prova a prova e vai manter a filosofia pragmática que tem norteado a sua carreira.
"A minha estratégica é a mesma o ano todo, fazer ‘heat’ a ‘heat’. Passar o máximo de ‘heats’ em cada evento e tentar substituir o mau resultado que tive na etapa do Chile, a primeira do circuito, que não correu muito bem. Tenho esse resultado por melhorar. Consigo perfeitamente. O objetivo é esse", disse à agência Lusa a desportista de 29 anos.
Com o triunfo no domingo no Sintra Pro, na praia Grande, a etapa mais pontuada das oito que compõem o mundial, Joana lidera o ‘ranking’ com 6.000 pontos, seguida da brasileira Isabela Sousa com 5.400, as japonesas Ayaka Susuki e Sari Ohhara com 5.000, com o ‘top 5’ a ser fechado pela espanhola Alexandra Rinder com 4.400 — faltam disputar três provas.
"Há várias atletas que podem perfeitamente atingir o título (…). Estamos todas muito juntas. Ainda há varias pretendentes. Cinco ou seis que ainda podem ser campeãs do Mundo", admite.
Joana estreia-se a liderar o ‘ranking’ a meio da época: "Estou tranquila. Não estou maluca a correr atrás disto. Sei que é possível. Queremos sempre atingir o objetivo, mas temos de ir passo a passo. Abriu-se uma porta e, de repente, passou a ser possível. Vou fazer o melhor que consigo. Se não for possível, já fico feliz por me manter nos lugares de cima."
No próximo fim de semana, o circuito continua na Madeira e em outubro o mundial termina com competições na Nazaré e Ilhas Canárias, sendo que cada um destes eventos atribui 2.000 pontos.
"Por acaso, as que faltam são ao meu estilo, gosto bastante. Na Madeira a onda é boa. Costumo dar-me bem nos anos anteriores. Na Nazaré são ondas que gosto muito, boas. Não conheço as Canárias, mas a onda é muito boa, com fundo de pedra. Não há nenhuma prova que diga ‘não quero ir para aqui’. Todas elas são boas", congratulou-se.
Joana Schenker admite que parte do seu sucesso reside no facto de, quando está na água, "não pensar muito no resultado final".
"Tento dar o meu melhor naquele momento. No fim somam-se os resultados. Sempre passo a passo. Não costumo pensar muito no título mundial ou europeu. É dar o meu máximo na agua. O mais importante é estarmos sempre abertos a aprender, em constante evolução. Aprender e melhorar. O meu segredo é esse", sublinhou.
A algarvia revelou ainda o prazer de competir na água com uma das suas referências na modalidade, a brasileira Neimara Carvalho, que, aos 39 anos, é a mais velha do circuito, no qual a mais jovem tem 22.
"Este é um desporto com longevidade, que requer muita experiência. Aprender a ler o mar. Não é só o fator físico que interessa. As atletas mais velhas têm a vantagem da experiência e conhecimento do mar", concluiu.
LUSA