“Não é possível estes que jogaram na última jornada estarem amanhã [sábado] no jogo. Irão entrar alguns, seguramente. Temos seis substituições, vamos tentar gerir tudo isto de forma que frente ao Azerbaijão estejamos frescos”, disse o treinador, na conferência de imprensa de antevisão ao encontro de sábado na Hungria, realizada numa unidade hoteleira de Almancil, após o treino matinal em que Pepe e Palhinha estiveram ausentes.
O selecionador garantiu que estes dois jogadores sofreram “hematomas, um diferente do outro”, mas que “em dois ou três dias poderão voltar à competição, o Palhinha talvez mais rápido do que o Pepe”, e que estarão disponíveis para o embate de terça-feira.
Fernando Santos prometeu que a forma de jogar da equipa portuguesa no sábado será a mesma, apesar da ausência de Cristiano Ronaldo, dispensado depois de ter visto um cartão amarelo, o segundo na fase de apuramento para o Mundial2022, na sequência dos festejos após o golo que deu a vitória a Portugal frente à República da Irlanda (2-1), no Estádio Algarve, que o afasta do jogo no Azerbaijão.
“A forma de jogar da equipa será aquela que sempre teve, ou a que procuramos que tenha. Nem sempre corre como nós queremos, as coisas nem sempre funcionam todas como queremos”, lamentou, lembrando que, nesta fase, os jogadores vêm dos seus clubes com “rotinas completamente distintas, pensamentos de jogo diferentes de equipa para equipa, posicionamentos diferentes em campo, interligações diferentes”.
O selecionador foi crítico do novo calendário de competições de seleções, que as obriga a jogar três partidas numa semana.
“Estas janelas de seleção não fazem muito sentido, na minha perspetiva. Até aqui, nunca se jogou assim. Uma janela era sempre de dois jogos, sempre jogávamos na sexta ou no sábado o que, pelo menos, dava dois ou três dias para sistematizar, pensar no adversário e olhar para o que temos de fazer e retificar em campo. Agora, chegámos aqui, não treinámos nenhuma vez, [hoje] fizemos um treino curto e vamos ter uma viagem de três horas e meia”, explicou.
O selecionador quer “uma equipa em posse, com dinâmica, a aumentar a capacidade de circulação de bola, mais rápida, mais objetiva”, mas também a jogar equilibrada, até porque o número de golos sofridos nos últimos jogos é “anormal”.
“Não temos sido, na minha opinião, ultimamente, uma equipa muito equilibrada em todos os momentos do jogo. Esta é uma equipa que sofre poucos golos, mas, nos últimos quatro jogos realizados, sofremos oito golos, o que é uma coisa completamente anormal para Portugal, que normalmente em dez jogos sofria sete golos. Tem faltado equilíbrio na equipa”, considerou Fernando Santos.
Em relação ao Qatar, que na quarta-feira foi goleada, num jogo particular, pela Sérvia (0-4), o selecionador português frisou que esse jogo não permite tirar ilações sobre o real valor do adversário de sábado.
“É uma equipa que anda a ser preparada para jogar o Campeonato do Mundo há seis anos. Se olharmos para os 20/30 últimos jogos, é praticamente sempre a mesma equipa. Neste jogo com a Sérvia, mostraram alguns aspetos que nunca mostraram, principalmente na ação defensiva, mas são sempre uma equipa muito bem estruturada defensivamente, muito bem organizada e com jogadores rápidos no contra-ataque”, sublinhou.
No sábado, Portugal defronta o Qatar no Estádio Nagyerdei, em Debrecen, pelas 17:45, num encontro que será dirigido pelo húngaro Grego Bogár, retomando a qualificação na terça-feira, com o Azerbaijão, em Baku, em jogo da quinta jornada.
Portugal ocupa a liderança do grupo A, com 10 pontos, mais três do que a Sérvia, que ainda não jogou, enquanto o Luxemburgo, que venceu o Azerbaijão por 2-1, é terceiro, com seis, seguindo-se irlandeses e azeris, sem qualquer ponto somado.