“No primeiro ensaio, não me senti muito bem, mas depois, logo no segundo, fiz aquela marca da vitória e senti-me mais tranquilo. Tinha a certeza que deveria ganhar a prova com aquele salto”, afirmou, na chegada ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, proveniente de Munique, onde decorrem os campeonatos Europeus multidesportos.
Pedro Pichardo voltou a apontar o recorde mundial como o próximo grande objetivo, depois de juntar o título europeu às conquistas mundiais e olímpicas no mesmo ano.
“Ainda falta o recorde mundial. Acho que temos essa dívida connosco e com o povo. Estamos a trabalhar para isso”, disse, acompanhado do pai e treinador Jorge Pichardo.
O atleta, de 29 anos, saltou 17,50 metros, superiorizando-se claramente ao italiano Andrea Dallavalle, campeão europeu sub-23 em 2021, por 46 centímetros, e ao francês Jean Marc Pontvianne, por 56 centímetros, que concluíram em segundo e em terceiro.
“Desde os Jogos Olímpicos, tem sido quase sempre pela mesma margem. São 40 ou 50 centímetros do segundo lugar. Não fico muito surpreendido. Tenho muita confiança no meu trabalho e tento sempre dar o meu melhor nas competições”, ressalvou Pichardo.
Findo os Europeus, as atenções do saltador viram-se para a final da Liga Diamante, que se realiza no fim de semana de 07 e 08 de setembro, na cidade suíça de Zurique.
“Ultimamente tenho competido muito e não tenho tido muito tempo para recuperar o corpo e preparar bem as competições. Agora vou estar duas semanas focado na final da Liga Diamante. Vou recuperar melhor e apostar tudo aí”, assegurou Pedro Pichardo.
O campeão europeu, mundial e olímpico continua a ambicionar cada vez mais troféus, respondendo dessa forma a alguns críticos do seu trabalho, que o deixam “chateado”.
“Há pessoas que não acreditavam nos meus resultados e até duvidavam que ia atingir o que já tenho até hoje. Fiquei chateado e isso ficou na minha cabeça. Vou trabalhar e provar que consigo. Já saltei 18 metros e, para mim, é mais fácil ter os grandes títulos do que saltar os 18 metros”, atirou o recordista nacional, com 17,98 metros, já depois de saltar 18,08 metros, ainda ao serviço de Cuba, mantendo-se como recorde pessoal.
Em relação às mensagens de felicitações das mais altas entidades portuguesas, Pedro Pichardo expressou que “é muito gratificante contar com esse apoio”, lembrando que ‘A Portuguesa’ já faz parte dele: “É o meu hino. Sempre que vou competir, penso que tenho de fazer um grande salto e uma grande prova para ouvir ‘A Portuguesa’ a tocar”.
A segunda edição dos campeonatos Europeus multidesportos está a decorrer em Munique até domingo e reúne nove modalidades, estando Portugal representado em sete, nomeadamente atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo.
A seleção portuguesa conquistou três medalhas até ao momento, duas de ouro, através de Pedro Pablo Pichardo no triplo salto, e do ciclista Iúri Leitão, no scratch, no ciclismo de pista, e uma de prata, por Auriol Dongmo, no lançamento do peso.