Os clubes madeirenses presentes na II divisão nacional de futsal vão disputar um ‘play-off’ entre si para decidir quem fica nos nacionais, solução que foi confirmada esta terça-feira pelas equipas e que não agrada a todos os envolvidos.
A decisão foi comunicada ao final do dia de segunda-feira pela Associação de Futebol da Madeira aos clubes (CS Marítimo, CDC Porto Moniz AD e São Roque do Faial) que integram a série G, da II divisão nacional de futsal, que não competem desde novembro.
A solução encontrada prende-se pela realização de um ‘play-off’ de apuramento, com duas voltas, entre as três equipas da Madeira, permitindo que o primeiro classificado se mantenha na II divisão, o segundo classificado desce à nova III divisão, que estreia na próxima temporada, e o último classificado regresse ao regional.
“Não concordo com esta decisão. Eu preferia descer de divisão a competir a nível nacional, mesmo perdendo todos os jogos, do que descer num ‘mini-campeonato’, onde vamos fazer somente quatro jogos para decidir quem desce”, começou por expor à Lusa Sérgio Correia, presidente de CDC Porto Moniz, equipa que se estreou esta época em competições nacionais.
O líder da equipa do norte da ilha da Madeira mostrou-se indignado pela decisão “injusta para qualquer uma das equipas”, referindo que “só em casos de corrupção” viu equipas descerem dois escalões de uma só vez, como vai acontecer a quem ficar em terceiro lugar no ‘play-off’.
Para as duas restantes equipas o “mais importante é poder competir”, aceitando de bom agrado a solução que permite “continuar a jogar e terminar a época”.
O treinador do São Roque do Faial, Marco Azevedo, acredita que esta solução é “positiva” para os madeirenses, explicando que existia o risco de as três descerem de escalão e, com esta decisão, garantidamente, fica uma na segunda e uma na terceira, com a possibilidade de serem duas na terceira, caso haja, um campeão regional“.
“A equipa do Marítimo manteve-se sempre a treinar, apesar dos condicionalismos, respeitando os horários de confinamento”, salientou Pedro Corga, coordenador do futsal maritimista, que milita na II divisão nacional há cinco temporadas, a única que possui pavilhão próprio.
O mesmo não acontece com o São Roque do Faial e Porto Moniz, que dependem de infraestruturas do Governo Regional. Impedidos de treinar durante o dia porque os espaços são utilizados pelas escolas e, à tarde à conta do recolher obrigatório imposto pelo Governo Regional, entre as 19:00 e as 05:00, em dias da semana, e entre as 18:00 e as 05:00, ao fim de semana e feriados.
Sérgio Correia, dirigente do Porto Moniz, ressalva a situação como “mais um ponto onde não há igualdade”, explicando que a sua formação não treina desde dezembro.
Na mesma situação está Marco Azevedo, técnico do São Roque do Faial, que aguarda “luz verde” para voltar aos treinos, que interrompeu em janeiro, salientando que mal chegue a permissão a formação vai “preparar-se o melhor possível”.