O número um mundial falhou o Open da Austrália, por não ter cumprido com as exigências sanitárias impostas pelo governo local, no contexto da pandemia provocada pela covid-19, mas chega a Paris como um dos principais candidatos ao triunfo no segundo ‘major’ da temporada, que terá lugar entre 22 de maio e 05 de junho em Roland Garros.
Apesar de a temporada não ter arrancado particularmente bem, dada a controvérsia no Open da Austrália e a consequente desistência de alguns torneios, que o fizeram perder o estatuto de líder do ‘ranking’ ATP, entretanto recuperado, Djokovic regressou à competição, em meados de abril, no Masters 1.000 de Monte Carlo, com uma derrota na estreia frente ao espanhol Alejandro Davidovich Fokina, então número 46 do mundo.
Seguiu-se a presença na final do ATP 250 de Belgrado, ganha pelo russo Andrey Rublev, e as meias-finais no Masters 1.000 de Madrid, onde cedeu diante o prodígio Carlos Alcaraz, de 19 anos, que viria a sagrar-se campeão.
Ao vencer o Masters 1.000 de Roma, depois de bater na final o grego Stefanos Tsitsipas (4.º ATP), o sérvio, de 34 anos, recuperou o elevado ritmo competitivo e a confiança que vai precisar para tentar somar o 21.º título do Grand Slam e igualar o recorde de Nadal.
E será precisamente o esquerdino de Manacor um dos principais entraves ao sucesso de Djokovic, uma vez que não há tenista tão bem-sucedido num torneio do ‘Grand Slam’ como Rafael Nadal em Roland Garros, onde, este ano, vai lutar pelo 14.º troféu no pó de tijolo parisiense, também perante a presença dos portugueses João Sousa e Nuno Borges.
Depois do triunfo histórico em Melbourne Park, que lhe valeu o 21.º ‘major’ da carreira, superando os 20 do suíço Roger Federer e de Djokovic, o número cinco do mundo ainda juntou ao troféu do ATP 250 de Melbourne o do ATP 500 de Acapulco, tendo perdido a final do Masters 1.000 de Indian Wells para o norte-americano Taylor Fritz e nos quartos de final do Masters 1.000 de Madrid diante o compatriota Alcaraz.
Os problemas maiores de Nadal surgiram, contudo, no Masters 1.000 de Roma, quando, na terceira ronda, ante o canadiano Denis Shapovalov, ressentiu-se da lesão no pé direito e não foi capaz de esconder as dores, que o obrigaram a retirar-se dos ‘courts’ desde agosto até ao final de 2021.
Ainda assim, o antigo número um mundial, que festeja os 36 anos durante a quinzena de Roland Garros, em 03 de junho, já está a treinar no Philippe Chatrier desde quarta-feira e a preparar-se para tentar escrever nova página na história do ténis mundial.
Já Carlos Alcaraz tem-se revelado o jogador sensação esta época. Apontado por muitos como um fenómeno e o sucessor de Rafael Nadal, o jovem de Múrcia, que há um ano (17 de maio) estava fora dos 100 primeiros do ‘ranking’ ATP (114.º lugar), ganhou o seu primeiro título em Umag, na Croácia, no final de julho de 2021, e desde então mantém uma ascensão meteórica.
Este ano, em fevereiro, estreou-se no ‘top’ 20 mundial, ganhou o ATP 500 do Rio de Janeiro, o seu primeiro Masters 1.000, em Miami, o ATP 500 de Barcelona e bateu Rafael Nadal, Novak Djokovic e Alexander Zverev (3.º ATP) para vencer o Masters 1000 de Madrid, sendo atualmente o número seis na hierarquia ATP.
Carlos Alcaraz, o segundo jogador mais jovem a deter dois Masters 1.000, logo atrás de Nadal, diz-se preparado para ganhar o seu primeiro torneio do ‘Grand Slam’ e Roland Garros será a primeira prova de fogo do jogador treinado pelo antigo número um mundial e campeão do ‘major’ francês, o espanhol Juan Carlos Ferrero.
Na competição feminina, todas as atenções estão centradas em Iga Swiatek. Desde a retirada de Ashleigh Barty, aos 25 anos, que a polaca tem provado ser a digna sucessora da australiana no comando do ‘ranking’ WTA, ao registar 28 vitórias consecutivas para conquistar cinco troféus igualmente seguidos.
Depois dos triunfos no WTA 1000 de Doha, Indian Wells e Miami, WTA 500 de Estugarda e WTA 1000 de Roma, a jovem, de 20 anos, regressa à ‘catedral’ de terra batida, onde conquistou o seu único troféu do ‘Grand Slam’, em 2020, e vai ter como maior adversária a checa Barbora Krejcikova (2.ª), campeã em título.
A russa Anastasia Pavlyuchenkova (21.ª), finalista em 2021, a contas com uma lesão num joelho, e a norte-americana Serena Williams, a tenista mais cotada da atualidade, com 23 ‘majors’, serão as principais ausentes, num torneio que contará com a presença de todas as jogadoras do ‘top’ 20 mundial.
Lusa