«A Direção do Club Sport Marítimo enaltece os seus sócios e adeptos que, na noite de ontem, ofereceram ao País do futebol outra prova do que faz de nós inimitáveis: a ovação à nossa equipa que, apesar de tantas contrariedades, lutou até à exaustão pela felicidade. Obrigado, Maritimistas.
O Marítimo não se escuda em factores arbitrários para suavizar a realidade: somos últimos classificados com 0 pontos. Não obstante, a realidade é mais complexa do que números, esse corolário de variáveis que se concentram em cada apito final. Há muitos apitos de permeio. Ontem, na nossa casa, soaram todos os apitos, soaram todos os alarmes e sirenes. O Futebol Português auto-mutilou-se.
O Marítimo exige respeito. O Marítimo não quer benefícios ou benesses. O Marítimo exige igualdade, justiça e integridade. Só reivindicamos o que nós próprios podemos assegurar. “Lealdade é o seu lema”, cantamos juntos em tributo ao Leão do Almirante Reis. Seremos sempre leais aos princípios que nos guiam desde 1910, quando os nossos Marítimos conceberam, na zona mais discriminada do Funchal de então, uma força colectiva que, no Futebol, se encontra há 38 anos entre os melhores de Portugal. E vamos para os 39. Acreditem, Maritimistas. Vamos para os 39 anos consecutivos no mais alto patamar do futebol nacional. “Não pára”, dizemos. “Não pára”, assume a Liga Portuguesa como lema. Mas tem de parar a iniquidade e a injustiça.
As incidências de ontem não podem ser ignoradas. O que aconteceu é demasiado grave. Não é um simples erro de arbitragem, não se trata de um lance passível de discussão. Porque é indiscutível para todos: trata-se de um erro grosseiro e grave de arbitragem que penalizou, de forma absolutamente injusta, o nosso Vítor Costa, um atleta exemplar e um homem bom. E não há nada que justifique o castigo imposto ao Marítimo, privado de um jogador e à mercê de uma grande penalidade. Com a aparição do VAR, há um dever de ver bem. De ver melhor, pelo menos. O Sr. Vítor Ferreira, árbitro internacional, não só não viu o que todos viram como, podendo e devendo fazer uso da tecnologia que existe para minimizar erros e contribuir para decisões mais justas, não o fez. O Sr. Vítor Ferreira exerceu a sua soberania e, como qualquer soberano de má memória, ficou sozinho. A arbitragem portuguesa é, hoje, notícia pelas piores razões. Em Portugal e além-fronteiras, todos olham incrédulos para a atroz injustiça que se cometeu ontem.
Perante a gravidade dos erros e a inequívoca influência dos mesmos no desenrolar do jogo e no resultado, em claro prejuízo da nossa equipa, a Direção do Marítimo irá, de imediato:
- recorrer ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol para pedir a despenalização do cartão vermelho exibido ao nosso jogador Vítor Costa;
- apresentar participação escrita e formal ao Conselho de Arbitragem contra a equipa de arbitragem – e contra o VAR – por erro grosseiro na interpretação e aplicação das Leis do jogo;
- solicitar uma audiência ao Conselho de Arbitragem para expor a preocupação do Marítimo relativamente ao sector da arbitragem e à utilização do VAR.