“Pode mudar as pessoas que estão dentro do futebol, para melhorar. Como em Portugal, também na Bulgária há muita inveja e muitas rivalidades no futebol. Depois daquilo que passámos, devemos ser melhores pessoas e [deve] haver melhores relacionamentos entre os clubes e os jogadores, porque é um jogo, não é uma guerra”, reforçou, em declarações no programa ‘Marítimo na TSF’.
Aos 51 anos, Iliev está na terceira época como treinador do Cherno More, equipa em que joga o português Jordão Cardoso e que ocupa o sexto lugar da Liga búlgara, que se prepara para regressar no fim de semana.
“Estivemos, agora, a fazer alguns jogos amigáveis e o futebol é igual. O problema é que ainda falta o público, que, mais cedo ou mais tarde, vai aparecer. Em algumas equipas e alguns campeonatos, o poder financeiro não vai ser o mesmo, mas o futebol não pode mudar”, considera.
Mesmo à distância, continua a seguir a atualidade futebolística em Portugal, falando em concreto do Marítimo, equipa que representou entre 1999 e 2002, e recordando como a transferência se sucedeu.
“O primeiro contacto foi em 1998. O Marítimo estava numa situação difícil na tabela [classificativa], para se manter na I Liga. Eu estava na Grécia e, em dezembro, quando tinha decidido sair do AEK e fui para o Levski [Sofia], já tinha contacto com o Carlos Pereira. Antes de junho [de 1999], do jogo na seleção da Bulgária contra Inglaterra, viajei para Lisboa, encontrei-me com o Carlos Pereira, assinei contrato e voltei para o jogo da seleção”, revelou.
O antigo médio internacional búlgaro, que também esteve no Benfica, entre 1995 e 1997, e no Salgueiros, na época 2002/03, continua a manter contacto com vários colegas do Marítimo, em que a passagem passou num abrir e fechar de olhos.
“Já estava muito maduro e foram três épocas que passaram parece que num dia, porque foi já com a família, com as crianças e, além disso, a Madeira é muito tranquila e o pessoal foi simpático connosco. Estava mesmo uma maravilha. Os três anos passaram rapidamente”, afirmou.
A Taça de Portugal chegou a ser conquistada por Iliev, na sua primeira temporada no Benfica, em 1995/96, competição que o camisola 11 ‘verde rubro’ podia ter voltado a ganhar em 2001, na final entre Marítimo e FC Porto, mas os ‘dragões’ levaram a melhor, vencendo, por 2-0, no Jamor.
“Foi uma grande honra chegar à final e, às vezes, quando vejo os melhores momentos do jogo, acho que poderíamos ter jogado melhor. Não foi a nossa maneira de jogar, como tivemos antes, em jogos com o Benfica e o FC Porto, em que jogámos de uma forma mais inteligente. Com o FC Porto, podíamos ter jogado com mais cabeça do que com coração. Lamento muito não termos conseguido ganhar a Taça, apesar do FC Porto ter tido uma equipa forte”, recordou.
Com saudades de Portugal, Iliev acha “difícil” a possibilidade de trabalhar no futebol português, embora deixe a porta aberta, numa carreira de 13 anos como treinador, em que a única vez que esteve fora do seu país natal, foi em Angola, a orientar o Interclube, entre 2014 e 2015.