Em jogo da 16.ª jornada, Platiny (24 minutos) e Davidson (50) marcaram os golos do triunfo da equipa transmontana e quebram a invencibilidade caseira do Marítimo no campeonato, cuja última derrota nos Barreiros datava 11 de setembro de 2016, dia em que o Rio Ave ganhou por 1-0, na quarta ronda da época 2016/17.
O Marítimo permanece no quinto lugar, com 27 pontos, menos sete do que o Sporting de Braga (4.º), e pode ser igualado pelo Rio Ave, enquanto o Chaves, que não perde há cinco jornadas, subiu ao oitavo posto, com 22 pontos.
Daniel Ramos (treinador do Marítimo): "[Fim da série imbatível em casa] Como é natural, alguma tristeza. É evidente que tinha de ser um dia, mas o que me entristece, é que fizemos por merecer mais e não devia ter sido hoje. Conseguimos sair de jogos idênticos a este com vitórias e, hoje, não foi possível porque acho que também faltou um pouco mais de rigor.
O Desportivo de Chaves aproveitou bem, tem qualidade na frente e conseguiu aproveitar algumas das ações, principalmente de contra-ataque, que criou.
Um jogo em que até arrancámos bem e estávamos mais fortes. Sofremos, tentámos reagir, algumas vezes na primeira parte, sem o discernimento necessário no último terço e acho que nos faltou isso.
Aquele 2-0 veio estragar-nos as contas todas porque acho que, com o 1-0, iríamos marcar porque criámos várias oportunidades e 2-0 é diferente de 1-0. Foi pena termos marcado tarde. Não fomos aproveitando o que estávamos a criar. Fomos bem melhores na segunda parte e foi pena que toda esta sequência não nos tivesse trazido, pelo menos, o empate.
Deixem-me fazer um reparo. Esta época, já tive jogadores expulsos por muito menos do que aquilo que o Matheus Pereira disse à equipa de arbitragem, à minha beira. O ajuizar deste tipo de ações, em que o jogador está mais ‘a quente’ por parte da equipa de arbitragem deve condescender, mas, se não faz noutras ações, hoje houve esse bom senso e fechou-se os ouvidos e connosco, noutros campos, não.
Acho que filtrámos menos do que a equipa pode fazer. Começámos a defender mais pelos avançados para chegar menos jogo à nossa área e acho que esse foi o nosso erro. Podíamos tê-lo feito melhor. Quando o fizemos, conseguimos controlar o jogo, impor ritmo, criar oportunidades e faltou materializar em golos aquilo que produzimos de jogo.
Sabemos o que temos e sabemos o que queremos, mas também sabemos as possibilidades do clube e o realismo que caracteriza o Marítimo, que depende muito de um rigor orçamental, que é a bandeira do clube e muito bem porque nós queremos receber os salários a tempo e horas.
O presidente tem-nos dado condições, tem-nos proporcionado aquilo que pode. Não temos a capacidade de outros [clubes] no mercado e isso não é novidade, mas sem lamentos. Nós temos o que temos. São as condições que nos dão, são os jogadores que tenho e temos de formar jogadores".
– Luís Castro (treinador do Desportivo de Chaves): "É um bom sinal a equipa manter uma estabilidade de resultados positivos fora e gostaríamos também de transportar isso para casa. Valida uma forma de jogar. Os jogadores acreditam cada vez mais na forma como jogamos e num futebol mais triangulado, em que jogamos juntos à frente e em que conseguimos circular de corredor para corredor com eficácia, com muitos pontos de apoio para circulação.
Se em determinados períodos do campeonato os resultados não validaram essa forma de jogar, e os jogadores estavam um pouco desconfiados, à medida que o tempo foi passando, e os resultados foram aparecendo, claramente que o trabalho fica muito mais facilitado para o treinador através dos resultados que a equipa vai conseguindo.
Gostaríamos de continuar assim no campeonato, mas sabemos que vai ser muito difícil. O campeonato é feito de ciclos positivos, mas também de ciclos negativos. Estamos preparados mentalmente para que isso nos aconteça.
A forma como jogamos. A forma como abordamos o jogo. A forma como quisemos chegar aqui e jogar ante uma equipa que há várias partidas não perdia em casa.
Podíamos ter sido tentados em chegar e encolhermo-nos perante tamanho poderio. Mas quisemos assumir o jogo e mostramos que o quisemos assumir desde o início.
O Marítimo tem sido muito forte em casa, mas a minha equipa interiorizou a vontade de ganhar através de um futebol bem jogado e triangulado e teve momentos muito bons no jogo. Acho que os golos atingiram o auge daquilo que é o conseguir finalizar da melhor forma jogadas que foram bem desenhadas pela nossa equipa.
Na parte final sofremos um pouco, pois o Marítimo teve uma outra situação em que podia ter feito mais golos, mas nós também".
LUSA