“Não foi uma decisão tomada de ânimo leve, mas tivemos que aceitar que não poderia haver um vencedor de Bola de Ouro normal ou típico, e o que realmente nos preocupava era que não seria premiado de maneira justa”, disse o editor da France Football Pascal Ferre.
O argentino Lionel Messi, do FC Barcelona, com seis troféus – mais um do que o português Cristiano Ronaldo, da Juventus – é o jogador que mais vezes recebeu o galardão Bola de Ouro, destinado a distinguir anualmente o melhor futebolista do mundo.
“É um ano tão estranho que não conseguimos tratá-lo como um ano comum. Começamos a conversar sobre [tomar esta decisão] há pelo menos dois meses”, disse Pascal Ferre numa entrevista por telefone à Associated Press.
Pascal Ferre justificou a ausência do troféu pela alteração de várias regras que aconteceram durante a época de 2019/20, nomeadamente os jogos sem público, as cinco substituições durante os jogos e a fase final da Liga dos Campeões.
“Em janeiro e fevereiro, o futebol foi disputado com as bancadas cheias. Depois, de maio e junho, foi com bancadas vazias”, disse Pascal Ferre, apontando ainda a alteração de três para cinco substituições durante os jogos, após o confinamento.
O editor da France Football recorda que os quartos de final e meias-finais da Liga dos Campeões vão ser disputados de forma concentrada e a eliminar, e não com o tradicional sistema de duas mãos, e recordou o adiamento do Euro2020 e da Copa América.
“Circunstâncias excecionais levaram a uma decisão excecional”, disse ainda Pascal Ferre, que confirmou também os cancelamentos do troféu Kopa, destinado a premiar o melhor jogador com menos de 21 anos, e o prémio Lev Yashin, para o melhor guarda-redes.
Messi, Ronaldo, que pode vencer a liga italiana e a Liga dos Campeões pela Juventus, o polaco Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, o francês Kylian Mbappe e o brasileiro e Neymar, ambos do Paris Saint-Germain, eram alguns dos principais candidatos ao troféu.