Ao somar face ao Club Brugge o 12.º encontro sucessivo sem conhecer a derrota, o conjunto comandado pelo alemão Roger Schmidt replicou o feito conseguido pelos ‘dragões’ entre 2003/04, rumo ao título europeu, sob o comando de José Mourinho, e 2004/05.
Depois de um desaire (1-3) caseiro com o Real Madrid, comandado pelo português Carlos Queiroz, na segunda ronda da fase de grupos, o FC Porto encarrilou sete vitórias e quatro empates em 2003/04, numa série concluída com um 3-0 ao Mónaco na final de Gelsenkirchen, na Alemanha.
Na época seguinte, já com o espanhol Victor Fernández ao ‘leme’, o FC Porto somou um 12.º jogo seguido de invencibilidade, na receção ao CSKA Moscovo, para, depois, cair no reduto do Chelsea (1-3), curiosamente liderado por José Mourinho.
Este ciclo, que começou com uma vitória em Marselha por 3-2, teve como ponto alto a eliminatória com o Manchester United, de Cristiano Ronaldo, saldada com um triunfo por 2-1 no Dragão, numa reviravolta assinada por um ‘bis’ de Benni McCarthy e um muito ‘feliz’ 1-1 em Old Trafford, onde Costinha marcou aos 90 minutos.
Destaque também para o 1-1 no reduto do Real Madrid, no fecho da fase de grupos, e para a vitória por 1-0 também em Espanha, na casa do Deportivo da Corunha, com um penálti de Derlei, que valeu o ‘passaporte’ para a final.
Em 2014/15, os ‘dragões’ estiveram quase a igualar o recorde, o que não conseguiram porque, depois de 11 jogos sem perder, caíram com enorme estrondo (1-6) no reduto do Bayern Munique.
A última imagem foi ‘trágica’, mas não ‘apaga’ os oito triunfos e três empates conseguidos desde o arranque da temporada, iniciada com dois triunfos face ao Lille no play-off.
Na fase de grupos, a qualidade dos oponentes (Athletic, Shakhtar e BATE Borisov) não era ‘assustadora’ e o FC Porto aproveitou (quatro vitórias e dois empates), como o ‘bombom’ (Basileia) que lhe saiu em sorte nos ‘oitavos’ (1-1 fora e 4-0 em casa).
O primeiro ‘tubarão’ surgiu nos ‘quartos’ e, no Dragão, o FC Porto fez uma exibição sensacional e bateu o Bayern Munique por 3-1, com dois golos madrugadores de Ricardo Quaresma (três e 10 minutos, o primeiro de penálti) e um do colombiano Jackson Martínez (65), já depois de Thiago Alcântara reduzir (28).
A formação ‘azul e branca’ ficou a ‘sonhar’ com as meias-finais, mas, no Allianz Arena, os bávaros não deram quaisquer hipóteses ao ‘onze’ do espanhol Julen Lopetegui, que ‘cilindraram’ com um inapelável 6-1.
O FC Porto não mais esteve perto do recorde, mas, na presente temporada, o Benfica já ultrapassou a versão 2014/15 dos ‘dragões’ e, com a vitória em Bruges, igualou o que os ‘azuis e brancos’ lograram entre 2003/04 e 2004/05.
A atual série de invencibilidade dos ‘encarnados’ começou em 2021/22, na segunda mão dos quartos de final, com um empate a três dos comandados de Nélson Veríssimo no reduto do Liverpool, em encontro da segunda mão dos ‘quartos’.
Depois de um desaire na Luz por 3-1, o Benfica também esteve a perder por 3-1 em Anfield Road, mas conseguiu resgatar um honroso empate, com golos do ucraniano Yaremchuk, aos 73 minutos, e do uruguaio Darwin Núñez, aos 82. O primeiro tento dos ‘encarnados’, então o 1-1, foi de Gonçalo Ramos, aos 32.
Já na presente temporada, o ‘onze’ de Roger Schmidt começou por conseguir quatro triunfos nos jogos de acesso à fase de grupos, perante os dinamarqueses do Midtjylland (7-2 no conjunto dos dois jogos) e os ucranianos do Dinamo Kiev (5-0).
No Grupo H, ‘destinado’ a apurar Paris Saint-Germain e Juventus, o Benfica começou com um tranquilo 2-0 caseiro face ao Maccabi Haifa, para, depois, começar a ‘desenhar’ a surpresa, com um triunfo (2-1) em Turim, com reviravolta.
Os dois embates intermédios, com os gauleses, pareciam dois obstáculos intransponíveis, mas os ‘encarnados’ saíram deles praticamente apurados, ao somarem duas igualdades a um golo, primeiro na Luz e depois em Paris, depois de ficaram em desvantagem, culpa de tentos de Messi e Mbappé.
O Benfica chegou, assim, à quinta ronda com o apuramento à sua mercê e ‘selou-o’ com um 4-3 caseiro à Juventus bem enganador, pois o jogo poderia ter acabado em goleada, como o que, na última ronda, em Israel, valeu a vitória no agrupamento.
Ao vencer por 6-1 no reduto do Maccabi Haifa, voltando a marcar seis golos na Europa 24 anos depois (6-0 ao Beitar Jerusalém, em 1998), os ‘encarnados’ superaram o seu recorde de 10 jogos sem perder na prova, que datava de 2011/12.
O Benfica igualou o recorde nacional, graças a um golo de João Mário, aos 51 minutos, de grande penalidade, e outro de David Neres, aos 88, no reduto dos belgas do Club Brugge, na primeira mão dos oitavos de final da edição 2022/23.