O francês Stéphane Peterhansel (Audi) liderava a classificação provisória da etapa quando aterrou mal ao atravessar uma duna, ao quilómetro 212, sofrendo um forte embate com a frente do Audi híbrido.
O copiloto francês Edouard Boulanger ficou a queixar-se de dores nas costas e foi transportado de helicóptero a um hospital local para observação, o que implicou a desistência de Peterhansel, recordista de vitórias na prova, com 14, que era o segundo classificado da geral.
Logo a seguir, na mesma duna, o espanhol Carlos Sainz (Audi), terceiro classificado da prova, também aterrou de forma violenta, arrancando uma roda e danificando a bateria do Audi RS Q E-Tron, acabando fora de prova.
“Acho que foi um erro do piloto e do copiloto, que cruzaram a duna demasiado pela direita. Naquele sítio devia passar-se mais à esquerda”, comentou Nasser Al-Attiyah, no final.
Carlos Sainz disse que já só viu “Peterhansel pelo ar” antes de cair na mesma armadilha.
Quatro quilómetros mais à frente, o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota), que era o terceiro da geral, sofreu problemas mecânicos que o atrasaram mais de cinco horas, afundando-se na classificação.
Com todo este cenário, Nasser deixou o francês Sébastien Loeb (BRX) na segunda posição, a 3.29 minutos, com o sul-africano Henk Lategan (Toyota), seu escudeiro na marca nipónica, em terceiro, a 8.52.
O navegador português Paulo Fiúza (Hunter), que é copiloto do lituano Vaidotas Zalas, terminou na quinta posição, a 10.33 do vencedor.
Na geral, Al-Attiyah tem, agora, 1:06.50 horas de vantagem sobre Henk Lategan e 1:13.19 horas sobre o brasileiro Lucas Moraes (Toyota), que é terceiro.
Paulo Fiúza é 132.º, atrás de José Marques, que navega o lituano Gintas Petrus (Petrus Racing).
Nos veículos ligeiros (SSV), Hélder Rodrigues (Can-Am) foi oitavo entre os T3 (protótipos), a 16.12 minutos do vencedor, o belga Guillaume de Mevius (Grally).
João Ré foi nono, navegando o saudita Saleh Alsaif (Can-Am), a 16.49.
João Ferreira (Yamaha) foi o 15.º e Ricardo Porém (Yamaha) o 16.º.
“Depois de um dia menos positivo, a estratégia para hoje era não ter problemas e ganhar confiança. A tarefa não era fácil, uma vez que enfrentávamos a etapa mais longa deste Dakar 2023. A verdade é que conseguimos cumprir o grande objetivo e o resultado acabou por ser positivo e em linha com a estratégia delineada”, disse o líder da equipa, Ricardo Porém.
Na classificação geral, João Ré é o melhor luso, na sexta posição. Ricardo Porém é 16.º, Hélder Rodrigues é 34.º e João Ferreira 39.º.
Nos T4 (veículos derivados de série), o português Fausto Mota, que navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), foi sexto, a 7.44 minutos do vencedor, o polaco Marek Goczal (Can-Am).
Pedro Bianchi Prata, que navega o brasileiro Bruno Oliveira (Can-Am), foi 13.º.
Na geral, Fausto Mota é oitavo, a 1:36.55 horas do líder, o brasileiro Rodrigo Oliveira (Can-Am), logo seguido de Bianchi Prata, que é nono.
No sábado, os automóveis enfrentam uma especial de 333 quilómetros, entre Riade e Al Dawadimi, na Arábia Saudita, correspondente à sétima de 14 etapas previstas.
A 45.ª edição do rali Dakar começou no dia 31 de dezembro e termina a 15 de janeiro.