“(É) Muito emotivo. São muitos anos a preparar um feito destes e quando realmente se realiza é uma explosão de energia, de emoção. É clichê, mas é mesmo indescritível”, reconheceu o também treinador da nova medalhada olímpica portuguesa.
A agência Lusa encontrou Igor Sampaio, que Patrícia já descreveu como o seu ídolo, sentado sozinho fora da Arena Champ-de-Mars, onde procurava assimilar o que tinha acabado de testemunhar.
“Não vou mentir: que eu estaria (nuns Jogos Olímpicos) não imaginei, mas que a Patrícia, que a minha irmã estaria, sim. Sempre foi algo que eu idealizei, desde 2013 que eu sou treinador dela e tinha um rumo traçado na minha cabeça, a minha imagética planeava isto. Só que quando se conquista realmente é outra coisa”, disse, emocionado.
Patrícia Sampaio conquistou o bronze em -78 kg em Paris2024, ao bater a japonesa Rika Takayama por duplo waza-ari, alcançando a 29.ª medalha olímpica do desporto português, a primeira na presente edição dos Jogos, mas o seu irmão não a viu subir ao pódio.
“Essa parte vou ser sincero, não consegui lá ficar. Eu já estou aqui há um bocadinho onde me apanhou. Abstive-me um bocadinho dessa parte. Depois da conquista, venho respirar fundo e tentar absorver tudo o que se está a passar. Vim apanhar um bocadinho de ar, sentir aqui as emoções também comigo próprio, é um momento de colheita e é isso que eu estou aqui a usufruir neste momento”, contou.
Depois de ter sido um dos mais ‘irrequietos’ apoiantes da sua irmã, o irmão e treinador Igor Sampaio reencontrou a serenidade após o feito da judoca Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, admitindo que a conquista é dos dois, mas sobretudo de Patrícia.
“Obviamente, é quem está no tapete, é quem tem o esforço, é quem faz tudo acontecer, não é? Nós somos os treinadores, somos ali… mexemos uns pozinhos, temos uns pozinhos de perlimpimpim, uns cordelinhos, mas a fatia ou o bolo tem que lá estar já construído”, concluiu.