A Festa da Cereja, a segunda mais antiga dedicada a divulgar os frutos da Madeira, decorre este fim de semana na freguesia do Jardim da Serra, contribuindo para divulgar as tradições associadas ao seu cultivo.
"O cortejo feito através da criação de carros alegóricos pretende mostrar as tradições associadas à apanha, cultivo e transporte da cereja da freguesia do Jardim da Serra", disse à agência Lusa o presidente da Casa do Povo da localidade, no Concelho de Câmara de Lobos, na zona oeste do arquipélago da Madeira.
José Gouveia contou que, este ano, o cortejo inclui "um carro alegórico onde vai a rainha com uma saia toda elaborada com cerejas e uma charola (espécie de andor ornamentado com produtos agrícolas), também toda decorada com aquele fruto", acrescentando que já há pedidos de outros grupos para participar no cortejo.
A Festa da Cereja, segundo registos da Casa do Povo da freguesia Jardim da Serra, começou a ser realizada em 1954, por iniciativa de Castro Jorge, que foi médico municipal naquele local entre 1944-1983, enaltecendo uma produção característica daquela zona.
O evento esteve estagnado durante algum tempo, recordou o presidente, tendo há 20 anos (1996), a Casa do Povo decidido dar continuidade à iniciativa quando o sítio do Jardim da Serra se desanexou da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
A exposição de cerejas, um concurso para avaliar qual a melhor, a confeção de uma torta com 30 metros, com recheio daquele fruto, um jantar temático e as dezenas de barracas espalhadas ao longo das ruas daquela localidade que divulgam o seu aproveitamento na gastronomia, doçaria e licores, são alguns dos elementos que constam do programa que regista mais afluência a cada ano.
José Gouveia diz que este ano contam com mais de 70 expositores inscritos, estando previsto chegar aos 100.
O responsável admitiu não ser possível indicar a quantidade de cerejas expostas naquela festa, dado que, por ser um fruto sensível, tem de ser apanhado na véspera (sábado) para ser exposto e vendido no domingo.
No entanto, afirmou que haverá muitas cerejas, embora "nem sempre seja possível ter a quantidade desejável".