“Em outubro [de 2022] tínhamos uma situação difícil, com 57% do volume de armazenamento nas nossas albufeiras, em média, em todo o território português. Agora, em março, a situação mudou claramente e estamos com um valor de 81% de volume total armazenado”, referiu.
O administrador da ARH Centro participou, durante a tarde de hoje, numa conferência promovida pela Águas de Coimbra, com a temática das “Secas e Cheias: Uma inevitabilidade no contexto das alterações climáticas? – Soluções estruturais e não estruturais”.
Ao longo da sua intervenção, centrada nos novos desafios da gestão da água, Nuno Bravo recordou que o último ano hidrológico foi “extremamente seco”, sendo mesmo “o terceiro ano mais seco de sempre”.
Esse facto obrigou a que, a partir de fevereiro de 2022, fossem delineadas medidas de contingência, centradas especialmente na contenção dos usos nas albufeiras, de forma a precaver o abastecimento público.
Neste ano hidrológico, que começou em outubro de 2022, o armazenamento de água nas albufeiras é “mais confortável”, devido à precipitação muito intensa que se registou em dezembro de 2022 e em janeiro.
As chuvas que se fizeram sentir e que até causaram algumas cheias no Porto e no Algarve permitiram que as albufeiras conseguissem “restabelecer os seus níveis” na maioria das albufeiras nacionais, com exceção do Algarve, que continua com uma situação “muito grave”, antevendo-se que “o verão não vá ser nada fácil”.
Segundo Nuno Bravo, também no que toca as águas subterrâneas, o território nacional passou “de uma situação crítica” para “uma situação mais confortável a norte do Tejo e uma situação ainda crítica a sul do Tejo”.
A conferência, que decorreu ao longo de todo o dia no Convento São Francisco, em Coimbra, reuniu especialistas e responsáveis políticos, que trouxeram para o centro do debate a ameaça de escassez de água, bem como a ocorrência de cheias.
Durante a manhã, os trabalhos abordaram mais a questão do planeamento dos recursos hídricos, ficando para a tarde o ciclo urbano da água.
Lusa