“Os tópicos abordados no plano [chinês] para a Ucrânia vão fazer parte das negociações”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa.
“A Ucrânia certamente estará na agenda” da reunião entre Xi e Putin, apontou.
Ele acrescentou que Putin vai explicar a Xi Jinping "minuciosamente" a posição de Moscovo sobre o conflito, para que o presidente chinês possa “obter em primeira mão a visão que o lado russo tem do momento atual”.
A visita surge num período de crescente isolamento de Putin no cenário internacional desde o início da guerra na Ucrânia. A viagem segue também o anúncio surpresa do reestabelecimento das relações diplomáticas entre o Irão e a Arábia Saudita, após uma reunião, em Pequim, numa vitória diplomática para o governo de Xi.
O líder chinês mais forte das últimas décadas tem tentado projetar uma imagem de estadista global, à medida que reclama para a China um “papel central” na governação das questões internacionais.
Num plano para a paz, proposto no final de fevereiro, Pequim destacou a importância de "respeitar a soberania de todos os países", numa referência à Ucrânia, mas apelou também para o fim da "mentalidade da Guerra Fria", numa crítica implícita ao alargamento da NATO. A China pediu ainda o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia.
China e Rússia partilham uma fronteira com mais de quatro mil quilómetros de distância e Moscovo é um importante fornecedor de petróleo e gás para Pequim.
A China considera ainda a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão.
Lusa