“Houve realmente um sequestro de dois comerciantes madeirenses que aconteceu no bairro de Alexandra, na terceira avenida, mais ou menos na entrada para a autoestrada M2, onde bloquearam o carro, alguém ocupou o volante e desapareceram com os dois comerciantes madeirenses, que tinham acabado de encerrar o seu talho”, explicou José Luís da Silva, conselheiro da comunidade madeirense na África do Sul.
Todavia, José Luís da Silva salientou que as informações são “escassas”, havendo “negociações” em curso sob o “máximo sigilo” da polícia sul-africana, sublinhando que a situação é “delicada”, e que se desconhece o paradeiro dos dois imigrantes portugueses desde o fim de semana. Por outro, não se sabe se estariam acompanhados, frisou.
De acordo com o conselheiro madeirense, o incidente ocorreu no domingo, cerca das 18:00 locais, “mas também dizem que poderá ter acontecido no sábado, ninguém confirma, inclusivamente um familiar muito próximo deles”, referiu.
O conselheiro madeirense avançou à Lusa que os assaltantes terão já solicitado um resgate multimilionário em troca da liberdade dos dois comerciantes madeirenses, que disse serem oriundos da ilha da Madeira.
Uma fonte da segurança sul-africana revelou à Lusa que os dois comerciantes terão sido raptados no sábado, à saída do negócio de ramo alimentar.
Um dos comerciantes sequestrados teria sido também alvejado na semana anterior, "num braço", avançou à Lusa um comerciante madeirense com negócios em Joanesburgo.
O bairro de Alexandra, conhecido localmente por ‘Alex’, é uma das áreas mais pobres do país, que é vizinha ao afluente bairro de Sandton, sede de grandes empresas multinacionais britânicas e norte-americanas, incluindo petrolíferas, e de investimentos imobiliários da elite governante em Moçambique.
Contactado pela Lusa, o comando nacional da Polícia Sul-Africana (SAPS, na sigla em inglês) não prestou declarações sobre o incidente de sequestro até ao momento.
Há cerca de dois anos, um imigrante madeirense foi sequestrado no bairro de Rosentenville, sul de Joanesburgo, pouco tempo depois de chegar à África do Sul, tendo desembolsado cerca de 1 milhão de rands (51.763 euros) pela sua libertação, segundo o conselheiro madeirense. O imigrante regressou de imediato à ilha da Madeira.
A província sul-africana de Gauteng registou no final do ano passado um aumento significativo no número de sequestros, na ordem de 59,1%, segundo o ministro da Polícia Bheki Cele.
A província registou 27,1% do crime total no país no último trimestre de 2022/23, segundo as autoridades policiais provinciais.
Lusa