Os deputados do parlamento aprovaram hoje um diploma que dá aos Institutos Politécnicos a possibilidade de conferir doutoramentos e de poder utilizar a designação de “Polytechnics University”, assim como, em 2024, poderem alterar a sua denominação para Universidades Politécnicas.
“Vimos esta decisão com muita satisfação porque é o reconhecimento do trabalho que temos vindo a fazer e é a possibilidade de poder fazer mais”, disse à Lusa Maria José Fernandes, acrescentando que os politécnicos “estavam limitados”.
Sobre a possibilidade de atribuir o grau de doutor, a presidente do CCIPS considerou ser “muito importante para o país e para muitas regiões que não têm Universidades, sendo por isso uma vitória para o desenvolvimento regional e do país”.
O CCISP entende que esta alteração irá reforçar o papel dos politécnicos “enquanto dinamizadores dos territórios de baixa de densidade demográfica”.
A presidente do CCISP acredita ainda que estas mudanças serão decisivas “na atração de estudantes, na sustentabilidade das instituições, no desenvolvimento das regiões e na competitividade internacional do ensino superior português na sua globalidade”.
A utilização da expressão inglesa é importante para a “imagem internacional”, segundo Maria José Fernandes, que explicou que “lá fora, era muitas vezes preciso explicar o que era um politécnico”.
Por isso, a possibilidade de ter a designação portuguesa e a inglesa era “uma grande bandeira” do CCISP.
Com a alteração legislativa hoje aprovada, Maria José Fernandes acredita que “o reconhecimento internacional será obtido de forma quase automática, por similitude com as nomenclaturas utilizadas um pouco por toda a Europa e irá reforçar a capacidade das futuras Universidades Politécnicas de atrair mais investimento internacional”.
Já sobre a utilização da designação “Universidade Politécnica” em Portugal, será preciso esperar até estar concluída a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, que já está a decorrer.
A proposta do grupo parlamentar do PS foi aprovada, hoje, na Assembleia da República com o voto favorável de todos os grupos parlamentares, dando assim resposta a uma ambição do CCISP.
Lusa