Não é nada de novo para o ciclista de 26 anos: oito dias depois de ter subido ao pódio no velódromo da Grenchen (Suíça), para receber a prata na disciplina de eliminação dos Europeus, está no Algarve vestido com as cores da UAE Emirates, para cumprir aquela que é a sua terceira participação consecutiva na ‘Algarvia’.
“O ‘chip’ tem de se mudar rápido, porque, lá está, é de um dia para o outro que se muda [de vertente]. E, claro, os meus objetivos estão praticamente todos na estrada, mas o sonho olímpico na pista é… estamos cientes de que temos de fazer isso. Temos de conjugar bem as duas coisas, mas mudar aqui é natural, ainda por cima venho para o meu país”, confessa à Lusa.
Rui Oliveira “não podia perder” a única prova portuguesa do circuito UCI ProSeries, aquela que habitualmente reúne os ‘emigrantes’ lusos no pelotão WorldTour e cuja 49.ª edição termina no domingo, com um contrarrelógio em Lagoa
“Sempre que puder vir, venho fazê-la todos os anos, porque é sempre outra motivação vir cá correr, e depois [temos] uma época longa pela frente, que será noutros países. É sempre bom correr aqui para motivar”, sustenta.
Nessa época que se avizinha longa, e na qual espera estar na Volta a Espanha, agendada entre 26 de agosto e 17 de setembro, o objetivo é estrear-se a vencer na estrada, depois de nos últimos anos ter acumulado segundos lugares, nomeadamente nos Nacionais de 2021 e numa etapa da Vuelta nessa mesma temporada.
“Quase em todo lado tenho estado perto. Falta-me [vencer] uma corrida. E eu sei que está perto. Levanto-me sempre a pensar que é possível. Acredito que, mais tarde ou mais cedo, virá e é para isso que vou trabalhar este ano”, promete.
Além da Vuelta, os projetos do gaiense passam pelas clássicas. “É aí que eu também vou tentar fazer os meus melhores resultados este ano, porque tenho trabalhado para isso e tenho já feito alguns outros resultados noutros anos”, completa.
Embora tenha ambições na estrada, o sonho olímpico está bem presente na mente de Rui Oliveira, com o ano de 2023 a ser fundamental para o inédito apuramento olímpico em masculinos na pista para Paris2024.
“Ter-se sempre que conjugar a estrada com a pista não é fácil. Nem sempre com os compromissos na estrada posso ir fazer as corridas que queria na pista, mas o importante é tentar gerir as coisas da melhor maneira. Pode ser, se calhar, um pouco mais desgastante do que o que devia, mas, pronto, como é um objetivo meu, eu vou tentar fazer o máximo possível para tentar gerir as coisas e qualificar [Portugal] para os Jogos, que é o principal objetivo”, assume.
A colaborar nesta tarefa está, garante, a UAE Emirates, que “ajuda no que é preciso”.
“Eles apoiam-me, mas claro tenho compromissos na estrada que, às vezes, não posso falhar. Tenho de gerir as coisas na melhor maneira e se puder fazer as duas, sem comprometer [os resultados], acho que a equipa ajuda nisso”, conclui o também vice-campeão europeu de eliminação de 2018 e medalhado de bronze na mesma disciplina nos Europeus de 2017.
Lusa