A Rússia adotou – desde as primeiras semanas do ataque contra a Ucrânia, lançado em 24 de fevereiro de 2022 – penas pesadas para quem criticasse a ofensiva ou as ações do exército.
Alexander “Nevzorov foi condenado a oito anos de prisão”, determinou a juíza do tribunal de Basmanny, em Moscovo, citada pelas agências noticiosas russas.
O Ministério Público tinha pedido nove anos de prisão, enquanto o advogado de defesa pediu a absolvição do seu cliente, que se exilou no estrangeiro e mantém um canal na rede YouTube com quase dois milhões de assinantes.
No final de março de 2022, a comissão de investigação encarregada dos principais casos judiciais na Rússia anunciou a abertura de uma investigação contra Nevzorov, de 64 anos, acusando-o de ter “publicado conscientemente informações falsas sobre um ‘bombardeamento deliberado de um hospital-maternidade em Mariupol pelo exército russo’”.
A Rússia nega ter feito qualquer bombardeamento a locais civis na Ucrânia e remete a culpa pelos atos para os ucranianos.
A sentença de hoje foi divulgada numa altura que se regista uma repressão crescente da Rússia à comunicação social e aos jornalistas sobretudo em relação à ofensiva militar iniciada há quase um ano na Ucrânia.
Hoje foi também divulgado que o opositor do regime Ilia Iachine foi condenado a oito anos e cinco meses de prisão por denunciar “o assassinato de civis” na cidade ucraniana de Buscha, perto de Kiev, onde o exército russo é acusado de várias violações dos direitos humanos.
Além disso, o Serviço Federal de Segurança da Rússia deteve três pessoas acusadas de realizar “ataques terroristas” contra a rede ferroviária do país na região de Sverdlovsk alegadamente por ordem de radicais ucranianos.
Lusa