Guterres referia-se à queima pública, no sábado passado, de um Alcorão em frente à embaixada turca pelo ativista de extrema-direita Rasmus Paludan, que também exibiu um desenho que ironizava a sexualidade do profeta Maomé.
No seu ‘briefing’ diário à imprensa, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que Guterres considera que este tipo de ato "deve ser totalmente condenado", em linha com outras condenações que se registaram ao longo do fim de semana de países muçulmanos, mas também do próprio Governo sueco e da Comissão Europeia.
Guterres subscreveu as palavras expressas pelo alto representante para a Aliança das Civilizações, Miguel Ángel Moratinos, que no domingo condenou este ato de queimar o Alcorão e disse "tratar-se de uma expressão de ódio contra muçulmanos".
"É desrespeitoso e um insulto aos seguidores do Islão e não deve ser interpretado como um sinal de liberdade de expressão", disse Moratinos em comunicado.
A queima do Alcorão em Estocolmo gerou protestos do Governo turco – que ameaçou deixar de apoiar a adesão da Suécia à NATO – e de outros países de maioria muçulmana, como Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait e Marrocos.
Um polícia e sete manifestantes ficaram feridos hoje em Bagdade durante uma manifestação organizada defronte da embaixada da Suécia na capital iraquiana para protestar contra a queima de um exemplar do Alcorão em Estocolmo.
Fonte do Ministério do Interior iraquiano, citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP), adiantou que entre 400 a 500 manifestantes protestaram diante da missão diplomática da Suécia em Bagdade e tentaram entrar no edifício da embaixada, tendo sido impedidos pela polícia, o que desencadeou os confrontos.
Na vizinha Síria, em al-Bab, uma cidade do norte sob o controlo das forças turcas, algumas centenas de pessoas também se manifestaram pelos mesmos motivos, informou o correspondente da AFP.
Os manifestantes queimaram a bandeira sueca e entoaram palavras de ordem contra o país nórdico.
A polícia sueca considerou, então, que a Constituição e as liberdades de manifestação e expressão na Suécia não justificavam a proibição desta manifestação em nome da ordem pública.
Lusa