“Antes de iniciar esta catequese, gostaria que nos uníssemos aos que estão aqui ao nosso lado [na Basílica de São Pedro] para homenagear Bento XVI e dirijo o meu pensamento a ele, que foi um grande mestre da catequese”, declarou o Papa Francisco no início da audiência geral celebrada na Sala Paulo VI, .
“O seu pensamento agudo e gentil não era autorreferencial, mas eclesiástico, porque sempre nos quis acompanhar no encontro com Jesus. Jesus, o Crucificado Ressuscitado, o Vivo e o Senhor, foi a meta para a qual o Papa Bento XVI nos conduziu, levando-nos de mãos dadas. Que nos ajude a redescobrir em Cristo a alegria de crer e a esperança de viver”, afirmou Francisco.
No prólogo de um livro que compila os escritos de Bento XVI, que foi divulgado hoje pelos meios de comunicação italianos, o Papa Francisco escreveu: "Agradecemos sinceramente a Deus por ter-nos dado o Papa Bento XVI, com a sua palavra e o seu testemunho, ensinou-nos que através da reflexão, do pensamento, do estudo, da escuta, do diálogo e, sobretudo, da oração, é possível servir a Igreja e fazer o bem a toda a humanidade".
O funeral de Bento XVI realiza-se na quinta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano, às 09:30 locais (08:30 em Lisboa) e será presidido pelo Papa Francisco. O funeral do Papa emérito será semelhante às tradições usadas nas cerimónias dos seus antecessores, mas com adaptações por não ser um Papa no exercício do cargo, anunciou o Vaticano.
O corpo de Bento XVI encontra-se desde segunda-feira em câmara ardente no interior da Basílica de São Pedro, e sairá na quinta-feira do templo às 08:50 locais (07:50 em Lisboa), 40 minutos antes do início do funeral, enquanto os fiéis rezam o rosário.
Após o funeral, o triplo féretro de Bento XVI será trasladado para cripta da Basílica de São Pedro, e por seu desejo, sepultado no túmulo que pertenceu a João Paulo II, que foi erguido para a superfície do templo em 2011.
Bento XVI morreu no dia 31 de dezembro, aos 95 anos, no mosteiro Mater Ecclesiae, nos Jardins do Vaticano, onde vivia desde 2013. O Papa emérito abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger, que foi Papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
Os abusos sexuais a menores por padres e o “Vatileaks”, caso em que se revelaram documentos confidenciais do Papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.
Bento XVI classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.
Apenas as delegações do Governo e da Presidência de Itália e da Alemanha participarão oficialmente da cerimónia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já confirmou que vai estar no Vaticano nas cerimónias fúnebres do Papa emérito Bento XVI.
Lusa