“Depois de dois anos condicionados pela pandemia [de covid-19], tivemos um ano de uma retoma crescente e que, para a passagem do ano, tem uma perspetiva muito positiva, com uma taxa de ocupação média superior a 80%. Alguns hotéis, sobretudo os que já têm programas de animação próprios, têm muitas vezes a lotação esgotada já há algum tempo”, afirmou João Fernandes.
A mesma fonte destacou a contribuição do mercado português para essa ocupação, frisando que, “apesar de o mercado nacional ser sempre o mais relevante na passagem do ano, este ano fez-se sentir ainda com uma presença mais expressiva”.
As reservas para o período do fim de ano e ‘réveillon’ tem tido este ano “mais reservas diretas, sem intermediação”, e feitas “mais cedo”, disse ainda o presidente da RTA, sublinhando que “as perspetivas climatéricas” para a passagem do ano “apontam para temperaturas mínimas de 15 graus e máximas de 20 graus, com boas abertas”.
As perspetivas são assim boas “em termos de tempo”, o que dá “oportunidade para estar ao ar livre, com um cartaz de passagem do ano muito forte em várias localidades do Algarve”, acrescentou, considerando que estas previsões fazem “antever também que as reservas de última hora venham a aumentar”.
“Do ponto de vista dos mercados internacionais, a Espanha é sempre também um ‘prato forte’, na medida em que as regiões transfronteiriças – da Andaluzia, da Extremadura, mas também a Galiza, que tem uma tradição geracional de vir para o Algarve neste período e no verão, vão marcar presença também com um bom nível de reservas”, completou.
Ao mercado português e espanhol juntam-se ainda os “mercados tradicionais” do Algarve, como o “Reino Unido, os Países Baixos e os mercados francófonos”, que estão, segundo o presidente da Região de Turismo, “a dar bons sinais”.
“São estas as razões pelas quais a AHETA [Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve], a associação de hotelaria da região, perspetiva um aumento do volume de negócios para este período de 10%, o que é muito significativo”, assinalou.
Questionado sobre se o aumento do volume de negócios está relacionado com uma maior procura ou com um aumento de preços, João Fernandes respondeu que a subida prevista pela AHETA de 10% resulta do “dois fatores conjugados”.
“Os preços acompanharam os custos dos fatores de produção por causa da inflação. Na prática repercute também na venda ao público”, acrescentou o dirigente do Turismo do Algarve, região que, “quando comparada com destinos concorrentes do sul da Europa, continua a ser uma boa aposta” para quem quer passar uns dias de descanso na passagem do ano.
Sobre os programas que existem na região para a noite de 31 para 01 de janeiro, João Fernandes disse haver “oportunidades para todos os gostos” e “um cartaz muito forte ao nível da animação, de concertos, de espetáculos de fogo-de-artifício e musicais aquáticos, como nos casos de Albufeira ou de Portimão”.
“São conhecidas as passagens do ano quer na praia dos Pescadores, quer na Praia da Rocha, mas também temos outras realidades, como Tavira e Lagos, ou no interior do Algarve também, como Monchique, que tem sido cada vez mais procurado para este período, ou ainda Quarteira”, concluiu.
Lusa