Lionel Messi, capitão da seleção argentina que hoje se sagrou campeã do Mundo de futebol pela terceira vez, afirmou que desejava muito este título e que ele "finalmente chegou", salientando que não se vai retirar da seleção.
"Sofremos muito, mas conseguimos. É uma loucura que tenha acontecido desta forma, queria-o (título mundial) tanto. Eu sabia que Deus me ia dar, tinha a sensação de que ia ser assim. Finalmente chegou e agora vou desfrutar", disse o internacional argentino, que alinha nos franceses do Paris Saint-Germain.
Messi tornou-se hoje o primeiro jogador a somar um segundo troféu de melhor jogador do Mundial, ao ser eleito ‘Bola de Ouro’ da edição de 2022, repetindo 2014, e é o recordista de jogos em Mundiais de futebol, ao somar o 26.º, face à França, na final em Lusail, no Qatar.
O camisola 10 garantiu ainda que não pensa em retirar-se da seleção depois de conseguir o tão desejado título mundial.
"Adoro futebol, adoro o que faço, adoro estar na seleção, com este grupo. E obviamente quero continuar a viver mais uns jogos como campeão mundial", referiu.
Messi marcou dois golos na final, um deles de penálti, e subiu ao quarto lugar do ‘ranking’ dos melhores marcadores em Mundiais, superando o brasileiro Pelé. No que terá sido a sua despedida da competição, Messi passou a contar 13 tentos em Mundiais.
"Não vejo a hora e chegar à Argentina para ver a loucura que vai ser", afirmou o ‘astro’.
A Argentina conquistou hoje pela terceira vez o Mundial de futebol, repetindo 1978 e 1986, ao vencer a França por 4-2 no desempate por grandes penalidades, após 3-3 nos 120 minutos.
O ’10’ argentino, o digno sucessor de ‘D10S’ Diego Armando Maradona, acabou com a malapata ao vencer a Copa América de 2021, arrebatada em pleno Maracanã, numa final com o Brasil, e, já este ano, tinha conquistado também a Finalíssima, prova entre o campeão da Europa e da América do Sul, face à Itália.
A satisfação foi grande mas não total, pois faltava o Mundial, que não conseguira ganhar em 2006 (batido nos quartos de final), 2010 (quartos de final), 2014 (final) e 2018 (oitavos de final): a edição de 2022 era a sua última oportunidade.
"Será, seguramente, o meu último Mundial, pois já não vou a tempo do próximo", garantiu o ‘capitão’ argentino, em declarações proferidas durante o campeonato do Mundo.
A Argentina chegou em ‘grande’ ao Mundial2022, com uma série de 36 jogos sem perder, desde o 0-2 com o Brasil nas meias-finais da Copa América de 2019, mas a estreia não podia ter corrido pior, com um desaire surpresa por 2-1 face à Arábia Saudita.
Os argentinos, liderados por Messi, deram, porém, a volta por cima, superando México (2-0) e Polónia (2-0), já em autênticos ‘mata mata’ em plena fase de grupos, para depois eliminarem Austrália (2-1), Países Baixos (4-3 nos penáltis, após 2-2 nos 120 minutos) e Croácia (3-0).
Na final, hoje, frente à campeã em título França, os sul-americanos chegaram cedo a 2-0, ainda voltaram para a frente no prolongamento (3-2), mas só selaram o título nos penáltis, depois de uma prova que Messi acabou com sete golos — depois de seis entre 2006 e 2018 -, dois deles na final, e três assistências.
O argentino recebeu, naturalmente, a ‘Bola de Ouro’ para o melhor jogador da prova, repetindo 2014, mas o que lhe importava mesmo, e em exclusivo, era levantar a taça de campeão do Mundo, como Diego Armando Maradona, em 1986.
Na principal seleção argentina, Messi soma agora 172 jogos, nos quais conseguiu 105 vitórias, 40 empates e 27 derrotas, com 98 golos marcados e 51 assistências, sendo que os três títulos conquistados são, naturalmente, mais importante.
Para trás ficaram as frustrações, sendo que, além das recentes alegrias, Messi já havia conduzido o seu país à vitória no Mundial de futebol de sub-20 de 2005, nos Países Baixos, e à medalha de ouro no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos Pequim’2008.
Além dos cinco títulos conquistados pela Argentina, em nove finais, o jogador nascido em Rosário, em 24 de junho de 1987, contabiliza mais 36 troféus por clubes, num total de 41.
Pelo FC Barcelona, o clube da sua vida, que representou de 2004/05 a 2020/21, Messi ganhou 34 ‘canecos’, nomeadamente quatro edições da Liga dos Campeões, três do Mundial de clubes, três da Supertaça Europeia, 10 da Liga espanhola, sete da Taça do Rei e outros tantas da Supertaça espanhola.
Em 2021/22, o argentino foi forçado a sair da Catalunha e optou pelo Paris Saint-Germain, ao serviço do qual se sagrou campeão francês numa difícil primeira época. Na atual, começou por ganhar a Supertaça francesa e tem mais troféus no horizonte.