“Claro que os incidentes que aconteceram são graves e sobre isso não há a menor dúvida. A NAV está a tomar ações para as corrigir e garantir que no futuro não continuamos a ter esse tipo de falhas”, disse o governante.
O ministro Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas, em Sines, no distrito de Setúbal, à margem da assinatura do memorando de entendimento entre os parceiros que integram o Projeto H2Sines.RDAM, que consiste no desenvolvimento de um corredor logístico de Hidrogénio Verde que ligará, por via marítima, os portos de Sines e Roterdão.
“Essa é uma preocupação muito grande da NAV e que está identificada no relatório, mas obviamente a própria NAV, quando os incidentes ocorreram, começou logo a adotar ações para corrigir e garantir que isso não aconteça”, acrescentou.
Segundo o ministro, além do relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), que “está ainda sob consulta de várias entidades” e cujas conclusões serão conhecidas “nas próximas semanas”, a NAV adotou um conjunto de ações, entre elas disciplinares.
“Para além do relatório, que faz este apuramento do que aconteceu, a própria NAV já foi adotando, desde os incidentes, um conjunto de ações, desde logo disciplinares, com a demissão do chefe da Torre, com um processo disciplinar ao supervisor, mas também com alteração de procedimentos e contratação de tecnologia que vai permitir um melhor controlo da assiduidade dos controladores de tráfego aéreo”, sublinhou.
No entanto, ressalvou que para o Governo “matéria de segurança é sagrada” e que o relatório do GPIAAF “é muito importante" para "avaliar exatamente o que aconteceu" e "se os procedimentos, que entretanto foram dotados pela NAV, são suficientes ou não”.
“Mas é preciso também dar esta palavra de confiança, porque temos uma empresa de gestão de controlo de tráfego aéreo que é altamente respeitada e conceituada na Europa e no mundo, mas obviamente que não desvalorizamos, antes pelo contrário, que os incidentes têm de ter consequência na forma como a NAV trabalha”, frisou.
O Expresso noticiou hoje que uma investigação detetou controladores em presença fictícia, com regras aleatórias ou a verem televisão.
O relatório citado pelo semanário dá ainda conta de que a NAV não respeita a política de cultura justa para incentivar o reporte de incidentes.
O PSD já anunciou hoje que quer chamar ao parlamento responsáveis da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Navegação Aérea (NAV) e do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) por alegadas falhas no controlo de tráfego.
O grupo parlamentar do PSD sublinhou que esta matéria “é muito grave”, exigindo um “cabal esclarecimento e apuramento de responsabilidades”.
Lusa