A sentença foi emitida na sexta-feira e a decisão foi anunciada pelo Comité pela Liberdade dos Lutadores Sociais e Presos Políticos.
"Foram condenados a 30 anos de prisão Juan Carlos Marrufo, a sua mulher Maria Auxiliadora Delgado, e o coronel aposentado Juan Francisco Rodríguez dos Ramos – de origem portuguesa – sob acusação de traição, terrorismo e conspiração", indica o Comité na sua conta do Twitter.
Na mesma rede social, citando a advogada de defesa Lucília Hurtado, o Comité denuncia que na última audiência a juiz Hennit López "se limitou a identificá-los [aos acusados] e a apontar a pena de 30 anos, sem indicar as provas que os ligam a estes delitos penais (…), o que viola o artigo 347 do Código Orgânico de Processo Penal".
Lucília Hurtado denunciou uma "fraude processual, colocação maliciosa de provas, violação do direito à defesa entre outras violações dos princípios, direitos e garantias constitucionais dos arguidos".
Segundo o Foro Penal (FP) venezuelano, o casal Marrufo Delgado e a mulher "foram presos em março de 2019, libertados em 2 de outubro do mesmo ano, na sequência de um mandado emitido a 7 de junho, mas no mesmo dia foram novamente presos por agentes das Forças de Ação Especial (FAES)".
"A operação ocorreu após o desaparecimento de um parente de Delgado Tabosky, um militar reformado que tinha sido acusado de alegadamente ter tentado assassinar Nicolás Maduro".
Por outro lado, o coronel luso-descendente, reformado da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) Juan Francisco Rodríguez dos Ramos, foi também detido duas vezes, "primeiro foi acusado de conspiração e libertado, posteriormente foi detido novamente acusado de terrorismo".
Segundo o FP, "a sua audiência foi adiada quatro vezes".
Em agosto de 2022, o dirigente político opositor, Juan Requesens, foi também condenado pelo mesmo delito a oito anos de prisão.
Segundo a imprensa local, Marrufo Capozzi tem nacionalidade italiana, a sua mulher, Delgado Tabosky, é espanhola e Juan Francisco Rodríguez dos Ramos é de origem portuguesa.