“Naturalmente, gostamos de ver os nossos jovens, os nossos adolescentes a baterem-se por estas causas do ambiente, pela sustentabilidade do planeta”, disse José Luís Carneiro, acrescentando que “são causas com as quais o próprio Governo está muito comprometido, mas é importante também que essas manifestações respeitem a liberdade dos outros”.
“É essa garantia [a liberdade dos outros] que procuramos defender, na medida em que devemos expressar os nossos pontos de vista, devemos participar nas manifestações, mas respeitando também aquilo que são os direitos fundamentais e as garantias dos outros cidadãos”, insistiu José Luís Carneiro.
O ministro das Administração Interna falava aos jornalistas no final da cerimónia de Assinatura dos Protocolos para a constituição de sete Equipas de Intervenção Permanente no Algarve que se realizou na Base de Apoio Logístico do Algarve da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Quarteira, concelho de Loulé.
Ao longo da última semana, jovens ativistas promoveram um protesto que passou pela ocupação de escolas secundárias e faculdades em Lisboa a apelar à preservação do planeta.
No sábado, durante uma marcha pelo clima, dezenas de manifestantes invadiram um edifício em Lisboa onde decorria um evento privado onde estava António Costa Silva, que mais tarde considerou a manifestação “absolutamente legítima”.
Todas as ocupações decorreram de forma pacífica, mas o diretor da Faculdade de Letras da Faculdade de Lisboa chamou a polícia, que retirou os estudantes, tendo quatro deles sido detidos.
Ao mesmo tempo que o ministro fazia as declarações, em Lisboa foram detidos mais cinco jovens que se tinham colado ao chão na entrada do Ministério da Economia, depois de uma reunião de cerca de meia hora de ativistas com o ministro da Economia, António Costa Silva, enquanto dezenas de outros gritavam palavras de ordem a exigir a demissão do ministro.
Entretanto, dezenas de ativistas climáticos que estiveram no Ministério da Economia deslocaram-se para a Avenida Almirante Reis, em Lisboa, após a detenção dos cinco jovens, e estavam ao fim da tarde sentados em frente à esquadra da PSP.