Os ativistas climáticos convidaram, no domingo, o ministro da Economia a visitar hoje a ocupação no Liceu Camões, em Lisboa, e assistir à palestra que irão ministrar, depois de António Costa Silva se ter mostrado disponível para ouvir os movimentos.
Contactada hoje pela agência Lusa, uma fonte do ministério afirmou que “o gabinete vai entrar em contacto com o movimento ainda hoje para se marcar reunião a realizar no Ministério”.
O convite público surgiu depois de o ministro da Economia, António Costa Silva, se ter afirmado no domingo, em declarações à Lusa, solidário com os movimentos climáticos e ter dito que nos últimos 20 anos não foi apologista de maior uso do petróleo, considerando que as manifestações são legítimas e mostrando disponibilidade para se reunir com os ativistas.
Por sua vez, em reação às declarações de António Costa Silva, Alice Gato, porta-voz do movimento "Fim ao Fóssil: Ocupa", disse à Lusa ser necessária uma transição energética: "O que estamos a verificar é uma expansão energética, por responsabilidade também do ministro da Economia”.
A ativista argumentou ser necessário que “não haja novo gasoduto, “declarações de que se pretende furar Portugal com mais gás fóssil” e “que não haja greenwashing”.
Em declarações à Lusa, António Costa Silva, disse estar solidário com movimentos climáticos, com os quais afirma partilhar as preocupações.
No entanto, em reação ao pedido da sua demissão pelos ativistas, o governante argumentou: “Em todo o meu percurso ao longo de 20 anos não só fui um defensor das energias renováveis, como agora no Governo estamos a potenciar a aplicação dessas energias e a desenvolver tudo para que a transição energética funcione”.
Quando questionado sobre o momento na marcha pelo clima, no sábado, em que dezenas de manifestantes invadiram um edifício em Lisboa, onde decorria um evento privado onde estava, António Costa Silva considerou a manifestação “absolutamente legítima”.
“Os jovens estavam a manifestar-se, não houve de facto possibilidade de encetar qualquer tipo de diálogo naquelas condições, mas estarei sempre pronto para dialogar com os jovens, explicar o que estamos a fazer, ouvir as suas opiniões e incorporá-las em tudo o que estamos a sistematizar em termos das políticas públicas. Sou um homem de diálogo”, afirmou.
Apesar de recordar que o Ministério da Economia não tem a gestão do ambiente e da energia e que, por isso, terá de ser feito em articulação, garantiu ter disponibilidade para o fazer.
Lusa