Estas novas operações de salvamento foram levadas a cabo à medida que as tentativas de migrantes indocumentados de chegar ao Reino Unido ilegalmente continuam a multiplicar-se.
A Prefeitura Marítima do Canal da Mancha e do Mar do Norte disse hoje à agência EFE que, desde agosto, foram mais de 9.000 pessoas a tentar chegar mensalmente por mar, num total de mais de 43.000 desde o início do ano.
Nesse período, foi registada uma morte e mais de 6.400 migrantes foram forçados a regressar à costa francesa.
Através de uma declaração na sexta-feira à noite, a Prefeitura Marítima do Canal e do Mar do Norte explicou que as 68 pessoas assistidas desde quinta-feira foram levadas para o porto de Calais, onde foram entregues aos serviços de emergência e à Polícia Aérea e de Fronteiras (PAF), que estão encarregados de verificar o seu estatuto legal.
O primeiro dos barcos foi detetado ao largo de Calais e os seus 33 ocupantes foram transportados no barco de patrulha aduaneiro Jacques Oudart Fourmentin, que os levou até ao porto de Calais, de onde partem muitos dos ‘ferries’ que ligam a França ao Reino Unido e onde também começa o túnel ferroviário subaquático para a Grã-Bretanha.
O segundo foi detetado perto da cidade de Dunquerque e foi o barco patrulha da Marinha francesa Pluvier que veio em seu auxílio e transferiu os 35 passageiros náufragos a bordo para Calais.
A Prefeitura Marítima insistiu, no comunicado, sobre os "riscos" de atravessar o Canal da Mancha, num dos setores marítimos mais movimentados (por onde passam mais de 400 navios todos os dias) e com condições climáticas frequentemente difíceis: 120 dias por ano com ventos de força 7, ou mais.
No segundo fim de semana de outubro, os serviços franceses resgataram 387 migrantes que se dirigiam também para a costa britânica.
Em 2019, os serviços franceses contaram 203 barcos com 2.294 imigrantes no Canal da Mancha e registaram quatro mortos; no ano seguinte houve 868 barcos, com 9.551 pessoas e sete mortos; em 2021, o número subiu para 1.839 barcos com 35.382 pessoas, 30 mortos e quatro desaparecidos.
Lusa