"Vale a pena pensar, e pensar o mais próximo possível, se é de continuar este galope, porque pode ser a maneira não certa, não correta de resolver o problema, nem o da inflação, nem o do crescimento económico", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O chefe de Estado, que falava após ter ouvido uma intervenção do ex-vice-presidente do BCE Vítor Constâncio sobre esta matéria, numa iniciativa da Ordem dos Economistas, manifestou a esperança de que "daqui a um mês já tenha chegado aos decisores europeus, nomeadamente ao BCE, esta preocupação".
"Aumentar assim, a este ritmo, os juros não é, para curar o doente, acabar por fazer mal à sua saúde? Apertá-lo, estrafegá-lo, com a ideia de o salvar? Isso não tem custos na vida das pessoas, nomeadamente no crédito à habitação, e na vida em geral? Não é mais negativo do que positivo nas economias? Foi isso que aqui foi levantado hoje. É isso que merece ser pensado no próximo mês, nos próximos meses, antes de chegarmos a 2023", defendeu.