“Tem sempre impacto. Queríamos passar a eliminatória, mas não conseguimos. Os primeiros dias [a seguir à derrota] são sempre difíceis, mas temos de nos saber levantar, trabalhar sobre isso e preparar o jogo seguinte. A eliminação da Taça de Portugal ficou para trás. Por muito que possamos estar a falar dessa partida, na qual houve muitos golos que não conseguimos marcar, nada há a fazer”, analisou o técnico, em conferência de imprensa.
Com o surpreendente desaire no terreno do Machico (0-1), do Campeonato de Portugal, o quarto escalão do futebol luso, os ‘axadrezados’ foram afastados na terceira ronda da prova ‘rainha’ pela quarta vez nas últimas seis épocas, prolongando a pior fase da época, com duas derrotas e um empate.
Esse ciclo incluiu ainda uma goleada em Famalicão (0-4) e uma igualdade caseira com o lanterna-vermelha Marítimo (1-1), na oitava e nona jornadas da I Liga, respetivamente, a seguir ao êxito na receção ao Sporting (2-1), que precedeu a paragem para as seleções.
“Nunca sabemos se as pausas são boas ou más. Às vezes, são boas para os jogadores. Se estivermos num mau momento, temos 15 dias para trabalhar animicamente o plantel. Estávamos numa boa série e vínhamos da vitória com o Sporting, mas não foi boa para nós. Há que reagir, porque tenho um plantel competitivo, com ambição e que sabe aquilo que quer. O campeonato é muito competitivo e há resultados muito imprevisíveis”, notou.
Petit vê em Guimarães “um bom jogo” para o Boavista voltar às vitórias e prosseguir em zona de acesso às provas europeias, apesar de os minhotos viverem a melhor fase em 2022/23, com três triunfos e dois empates, perante “uma massa adepta que vibra muito”.
“O Vitória de Guimarães alterou de sistema e passou para uma linha de cinco [defesas], com o [Ibrahima] Bamba a colocar-se na zona central para ficarem em ‘5-4-1’. É muito parecido ao nosso jogo, mas com variantes diferentes. Tem atletas de qualidade, muito rápidos e verticais, sendo que Tiago Silva e André André têm muita qualidade no meio-campo. Vimos onde podemos atacar e onde é que eles nos podem surpreender”, frisou.
Impulsionado pelas cinco vitórias nas sete primeiras jornadas, o clube do Bessa vem de nove derrotas e cinco empates para a I Liga na ‘cidade berço’, onde já não ganha desde abril de 2001 (2-1), quando Petit era peça influente no meio-campo das ‘panteras’, que viriam, um mês depois, a sagrar-se campeões nacionais pela única vez.
“Não há uma preocupação acrescida, mas sabemos como é que são estes jogos para os boavisteiros e vitorianos. A moldura humana em cada estádio é especial e todos querem lá estar. Joguei muitas vezes contra o Vitória de Guimarães e sei como é essa rivalidade saudável. Como treinador, já lá fui e não perdi, mas foram jogos diferentes. Esperamos continuar este nosso caminho, sempre com a ambição de querer algo mais”, sublinhou.
Reggie Cannon, que se tinha lesionado há um mês ao serviço da seleção dos Estados Unidos, “começou a trabalhar esta semana” e pode integrar a convocatória ‘axadrezada’, sendo um “jogador importante e que faz falta dentro do ‘onze’ que tem jogado sempre”.
O Boavista, quinto classificado, com 16 pontos, visita o Vitória de Guimarães, nono, com 14, no domingo, às 20:30, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, em encontro da 10.ª jornada da I Liga, com arbitragem de Fábio Veríssimo, da associação de Leiria.