"A administração [da TAP], a determinada altura, suspeitou que nós estaríamos a pagar pelos aviões que estamos a pagar, mais do que os concorrentes pagavam. […] A administração pediu a auditoria, essa auditoria foi concluída, entregue ao Governo e nós, perante dúvidas perante as conclusões daquela auditoria, encaminhámos a auditoria para o Ministério Público", anunciou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em audição na Assembleia da República, por requerimento do PCP e do Chega, sobre a privatização da TAP, à qual se segue uma audição sobre a celebração de contratos públicos por uma empresa com uma participação superior a 10% do pai do governante, por requerimento do PS.
Pedro Nuno Santos voltou também a apontar o dedo ao PSD, acusando-o de ser um "mero partido de protesto" que não apresenta soluções, por não assumir, disse, o que teria feito em 2020 quando a TAP se encontrava em dificuldades agravadas pela pandemia.
O ministro lembrou ainda a privatização levada a cabo pelo Governo do PSD/CDS-PP, parcialmente revertida em 2015, num negócio em que a TAP foi vendida por 10 milhões de euros a "um acionista que endividou ainda mais a empresa".
Foi, de resto, aquela administração privada David Neeleman que levou a cabo a renovação da frota de aviões da companhia aérea.
O ministro reiterou que "não há nenhuma cambalhota" na posição do Governo sobre a privatização da TAP, tal como defendeu no debate requerido pelo PSD, que teve lugar na semana passada.
"A única coisa que foi sempre assumida foi a de que nós entendíamos que a TAP é uma companhia aérea num setor ltamente consolidado, não deve ficar sozinha, a melhor forma de garantir viabilidade a médio e longo prazo é estar integrada num grande grupo de aviação", vincou o governante.